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Futebol

Ironman: Após garantirem vaga em Floripa, brasilienses se preparam para o Mundial no Havaí

Arquivo Geral

20/06/2017 7h00

Atualizada 19/06/2017 23h02

Foto: Ariadne Marçal

Pedro Marra
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Os três ironmans mais antigos de Brasília garantiram – entre 120 atletas da capital – a representação do DF no Mundial de 14 de outubro deste ano, em Kona (Havaí), a maior ilha do arquipélago. No último dia 28, eles conquistaram a vaga graças ao bom rendimento no Campeonato Latino-Americano de Ironman, em Florianópolis (SC).

Com 11 lugares disponíveis, João Carlos de Almeida foi 2º na categoria 40-44 anos; na 35-39, com 13 vagas, Vicente Saraiva ficou em 9º; na mesma prova, Rafael Diniz era 19º até ocorrerem desistências que o condicionaram a estar na competição do segundo semestre. Os brasilienses estarão entre os 2 mil atletas internacionais.

Para um, em especial, há muito o que comemorar. Vicente, carinhosamente chamado de Viça, irá debutar na prova do Havaí – apesar de praticar triatlo desde 1993. “Eu jogava basquete e era o gordinho, ficava no banco”, conta o atleta. Isso motivou a procurar o esporte para melhorar a qualidade de vida. Hoje, ele carrega um currículo de orgulho: são mais de 10 conquistas.

“Estou chegando aos 40 anos na minha melhor forma e a superação de quebrar as próprias barreiras é o que me motiva”, conta. Antes de alcançar essa forma física, Viça chegou a sofrer com o peso. Entre 1998 e 2000, ele engordou 26kg, quando teve de deixar o Triatlo de lado para terminar a faculdade de direito. “É a maior festa do esporte e eu vou tentar curtir ao máximo”, projeta Viça.

Entre as motivações dele está a chance de homenagear o pai – de mesmo nome – que o deixou há cinco meses, com 86 anos. “Ele já estava com alzheimer há 6 anos, mas morreu subitamente de um mal intestinal. É uma honra falar sobre ele, pois eu sou Júnior”, diz o atleta, emocionado. “Vou mandar fazer outro uniforme para o Havaí. Certamente o colocarei nas costas novamente”, adianta. O triatleta usou pela primeira vez uma camisa homenageando o Sr. Viça na etapa classificatória para Kona.

Preparação

Rafael Diniz é bastante experiente em provas de Ironman. Ele já disputou 17 provas deste estilo e tem no ciclismo seu diferencial. Apesar disso, sabe que terá de focar nas outras duas modalidades (nado e corrida) para ter sucesso no Mundial.

“O meu forte é o ciclismo, mas para o Mundial é importante focar nas outras modalidades que são os meus pontos fracos”, reconhece Rafael.

Já no caso de João Carlos de Almeida, 40 anos, a estratégia é diferente. “Eu faço um planejamento voltado para a competição, então o meu objetivo é o Havaí”, conta ele, que já esteve outras seis vezes no Mundial. Ele destaca a característica do país americano para ir bem em outubro na etapa global. “Temos que ficar ligados também na hidratação, porque no Havaí é super quente e úmido. E aqui em Brasília não tem como treinarmos nessas condições”, alerta João.

Único estreante no Havaí entre os brasilienses, Viça deve disputar outras duas provas de Meio-Ironman. Em 9 de julho ele pretende competi no Brasília Triathlon Endurance. Já a segunda etapa da preparação será feita no Challenge de Itaipú, dia 9 de setembro. Ambas com duração em torno de 4h.

Cardápio variado

Além de beberem de 3 a 4 litros de água por dia, 7 refeições preenchem a rotina dos esportistas com um cardápio com proteína, legumes, verduras, frutas e carboidrato. “Em torno de dois dias antes das competições, costumamos subir a quantidade de carboidrato para gastar ao máximo as energias durante a competição”, conta Rafael.

A dificuldade faz parte

Conquistar um espaço no concorrido Mundial do Havaí requer muito esforço. E os três brasilienses tiveram de passar por um clima desfavorável para garantir a vaga.

“Choveu muito no dia. Apesar disso, o mar estava tranquilo para a prova de natação. Mas, no ciclismo, tive de usar a técnica por conta da pista molhada”, explica Viça, que disputou com 580 concorrentes em sua categoria, durante 17h de prova. A experiência no esporte o ajudou a ter calma ao fim da prova. “Quando a marcha eletrônica da bicicleta quebrou faltando 30km para o fim do percurso, tive que me esforçar muito para chegar em 9º lugar”, recorda.

A intenção dele, agora, é chegar perto da marca na etapa de Florianópolis (SC), que foi de 9h5min. “Sou um atleta que arrisca muito, vou tentar chegar perto disso”, prevê.

Rafael teve um empecilho a mais para se classificar durante a etapa de Santa Catarina. Além da chuva, ele superou um capotamento a quilômetros da linha de chegada.

“No ciclismo, capotei batendo as costas e o joelho no chão, a 50km do chegada, mas consegui me superar e completar a prova”, celebra.

Para João Carlos, os triatletas mais antigos em atividade em Brasília não encontrarão somente as dificuldades climáticas. “Eu, por exemplo, vou para o meu sétimo mundial tentar terminar a prova”, projeta, com os pés no chão.

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