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Usado em competições de arrancada no autódromo, VHT é um perigo para as motos

Arquivo Geral

12/08/2014 7h40

Mesmo sendo essencial para as práticas da Arrancada no Autódromo Nelson Piquet, o VHT Trackbite Concentrate (produto usado para facilitar a aderência do carro ao asfalto) tem causado polêmica. Em 27 de julho, o lugar recebeu a terceira etapa do Moto 1000 GP, principal campeonato brasileiro de motovelocidade, e três acidentes ocorreram justamente no trecho frequentado pelas arrancadas.

Pilotos das duas categorias e organizadores pensam da mesma maneira: o produto oferece riscos, principalmente, a quem pratica esportes com moto. Mas, mesmo diante do imbróglio, o asfalto do autódromo vai receber mais uma camada do VHT no próximo fim de semana, quando for sediar a terceira etapa do campeonato. Noventa e seis carros foram inscritos, mas a organização espera até 140 veículos.

“Somos homologados pela Confederação e como não temos uma pista adequada aqui em Brasília, o único espaço que existe para realizar esse evento é no próprio autódromo”, explica o organizador da Arrancada Eliandro Nunes, mais conhecido como Gaúcho.

De acordo com ele, a competição promove não só um show de velocidade em um curto espaço de tempo e distância, como tira os pilotos amadores dos rachas das ruas, proporcionando segurança e a prática livre do esporte em local totalmente autorizado. 

“Você pode perceber que nunca mais se ouviu falar em rachas por Brasília. Estamos lutando para incluir um local exclusivo para isto na reforma do autódromo justamente para evitar problemas”, afirma.

Piloto de Brasília, Luis Fittipaldi esteve na última etapa do Moto 1000 GP e confessou que o trecho usado para a Arrancada – após a curva dos boxes – estava realmente perigoso.

“A gente praticamente deita nas curvas e naquela estava muito mais crítica. Saímos dela e já dava para sentir a pista escorregadia. Naquele dia, lembro que choveu e isso piorou tudo. Não caí por pouco”, recorda o atleta. Luis acrescenta que se o produto fosse aplicado 10 m à frente, os perigos seriam reduzidos.

Entenda o caso

Moto x VHT

 Em 27 de agosto, Brasília recebeu a terceira etapa do Brasileiro de motovelocidade, o Moto 1000 GP. 

 Logo na primeira curva após a saída dos boxes, três pilotos se acidentaram no trecho que frequentemente recebe as etapas do campeonato de arrancada.

 O produto usado para que os carros tenham maior aderência ao asfalto, o VHT, proporciona uma espécie de camada emborrachada quando entra em contato com os pneus.

A química da junção dos dois elementos deixa a pista escorregadia, principalmente quando chove.

Há polêmica sobre a limpeza do local

Para que outras modalidades também usufruam do asfalto do autódromo Nelson Piquet, o VHT deve ser totalmente retirado do lugar, pois, quando molhado, apresenta alto risco a quem chega depois, sobretudo as motos.

O organizador da prova Eliandro Nunes, o Gaúcho, afirmou que a limpeza do local fica a cargo da Novacap. A assessoria da entidade afirmou não estar ciente de nenhuma responsabilidade sobre limpar o asfalto e a Secretaria de Esportes, responsável por locar o autódromo, afirmou, por e-mail, que “qualquer empresa organizadora de evento deve entregar o espaço da mesma forma que encontrou”. De acordo com a secretaria, “a limpeza do local é de responsabilidade da empresa organizadora.”

O líquido VHT é um revestimento resistente a alta temperatura feito para a NASA (Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço). A substância foi descoberta por pilotos de drag race (arrancada no exterior), sendo que a empresa começou a produzir formulações feitas especialmente para o esporte. 

A pista recebe aplicação do produto (por meio de pulverização) por todos os 402 metros de extensão. Além do autódromo de Brasília, o de Curitiba (PR) e o da Santa Cruz do Sul (RS) também costumam sediar provas de arrancada.

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