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Futebol

Valdivia ajuda e prejudica, Verdão empata com Fla e entra na degola

Arquivo Geral

18/09/2014 0h04

O Palmeiras perdia por 2 a 0, graças a falhas de Juninho e Deola, quando Valdivia entrou no intervalo e mudou o jogo, contribuindo para o time alcançar um empate que poucos acreditavam e até sonhar com a virada. Mas, aos 37, o chileno teve mais um ato irresponsável ao pisar em Amaral e ser expulsão. Com um a menos, o Verdão não foi além do 2 a 2 com o Flamengo, resultado que o recoloca na zona de rebaixamento do Brasileiro.

O ponto somado foi mais do os mais de 19 mil pagantes imaginavam após um primeiro tempo irritante, no qual Juninho perdeu a bola na grande área para Canteros abrir o placar, aos 12, e Deola saiu bisonhamente em lance no qual Eduardo Silva tocou com a mão na bola e ajeitou para Alecsandro fazer outro para o time carioca, aos 31.

O Palmeiras saiu vaiado para o intervalo e Dorival Júnior deixou de inventar, trocando Mouche e Henrique para, enfim, colocar meias no time, apostando em Valdivia e Allione. Logo aos dois minutos, Diogo descontou e, em bela inversão do chileno, Victor Luis, empatou aos 23. A virada parecia certa até que o jogador mais caro do Verdão, de volta após um mês machucado, resolveu pisar em Amaral, ser expulso e deixar sua equipe levar até chute na trave para não perder.

A rodada, contudo, não foi boa para o Palmeiras, que estacionou nos 22 pontos e termina a quarta-feira na 18ª posição. Tenta se recuperar às 18h30 (de Brasília) de domingo, visitando o Goiás. Já o Flamengo é o décimo, com 29 pontos.

O jogo – Muitos técnicos, quando enfrentam crise, optam por pedir ao time para ser simples. Não é o caso de Dorival Júnior. Como tinha treinado na terça-feira, o treinador escalou o Palmeiras com todos os quatro atacantes relacionados e sem nenhum armador de origem. E não foi por falta de opção, já que optou por ter sete meias ao seu lado no banco de reservas.

O que os torcedores viram no Pacaembu não foi nada além do óbvio: um Verdão incapaz de segurar a bola no meio-campo e sendo obrigado a fazer lançamentos para atacantes que mal sabiam como se mexer. Para piorar, havia apreensão defensiva, já que Juninho, lateral que vinha atuando como meia, foi transformado em volante, teoricamente para ajudar na saída de bola. Não saiu da teoria e fez pior.

Bastante à vontade, até porque o empate não seria um mau resultado, o Flamengo encheu seu meio-campo e Vanderlei Luxemburgo certamente orientou seus atletas com base no que viu do adversário nos últimos jogos. Não era necessário nem adiantar a marcação, o próprio Palmeiras lhe entregaria a bola com seus tantos erros.

Nos primeiros minutos, os cariocas só se arriscaram tentando explorar as costas de João Pedro, lateral direito de 17 anos que estreava como profissional, mas o garoto mostrou personalidade. Diferentemente de um titular que já teve até experiência em rebaixamento, mas segue confiando em seu futebol a ponto de prejudicar o clube.

Aos 12 minutos, João Paulo chegou à linha de fundo e cruzou muito mal, jogando a bola nos pés de Juninho. Mas o lateral, escalado como meia ou volante, mostrou fragilidade técnica que já faz parte da torcida odiá-lo. O camisa 6 não quis dar chutão, mesmo na grande área, e lidou tão mal com a bola que ajeitou para Canteros encontrar espaço e encher o pé para abrir o placar.

Juninho se jogou no chão, lamentando, enquanto torcedores iam à loucura. Sofreram mais quando o jogador se levantou. O improvisado meio-campista foi incapaz de acertar mesmo as jogadas mais simples e simbolizava a atuação de um time tão desorganizado quanto fraco no primeiro tempo. Da linha ofensiva montada por Dorival, só Cristaldo se salvava, cansando-se de tanto correr para fazer um sistema sem criatividade funcionar.

Quando o camisa 9 conseguia superar até três marcadores, mesmo que na marra, Diogo, Mouche ou, principalmente, Henrique logo entregavam a bola ao adversário. E qualquer mínimo avanço palmeirense era parado com falta pelos jogadores do Flamengo, que colecionaram cartões, mostrando também fragilidade na marcação, já que precisavam apelar para parar um rival com criatividade quase nula.

O que estava ruim, ficou pior. Em outra rara aparição na frente, o Flamengo ampliou, aproveitando-se de outra falha. Desta vez, o culpado foi Deola, promovido a titular exatamente porque Fábio passou dos limites com seus erros. Aos 31 minutos, o goleiro saiu bisonhamente do gol na pequena área e Eduardo Silva encostou a mão na bola, facilitando para ajeitar para Alecsandro testá-la no gol vazio.

Os palmeirenses das arquibancadas já não sabiam quem xingar até que o árbitro gaúcho Anderson Daronco resolveu entrar na lista, ao não marcar pênalti em choque de Henrique com João Paulo no alto. Mas o time irritava mais e, após ouvir apoio durante todo o primeiro tempo, recebeu vaias assim que a etapa se encerrou.

Depois de 45 minutos sofríveis, Dorival, enfim, fez o básico taticamente. E até arriscou, já que optou por Valdivia, frequente vítima de lesões musculares e que, após um mês sem jogar, voltou do intervalo para atuar por todo o segundo tempo. Ao lado dele, entrou Allione, outro vindo de contusão muscular. Mas os dois meias acertaram o time, finalmente organizado, em 4-4-2 com Diogo no ataque ao lado de Cristaldo. O inútil Mouche e o irritante Henrique foram os escolhidos para sair.

Atacante de origem, bastou Diogo jogar em sua posição para fazer algo mais útil do que correr para retomar a bola após seus erros. Logo aos dois minutos do segundo tempo, um chutão de Lúcio passou pela zaga do Flamengo e Diogo venceu dividida com Leonardo Moura para bater na saída do goleiro Paulo Victor, balançando as redes e dando esperança.

No intervalo, prevendo a entrada de Valdivia, Luxemburgo sacou Cáceres, que já tinha recebido amarelo, e colocou Amaral para perseguir o chileno. Mas o jogador mais caro do Verdão, quando entra em campo, mostra que sabe jogar. Aos 14, também provou a importância de uma equipe ajustada e roubou a bola para dar para Allione cruzar e Cristaldo cabecear por cima do travessão.

O técnico do Flamengo, então, colocou o volante Luiz Antonio, reforçando o meio-campo e tirando o atacante Eduardo Silva, já que o setor era pouco utilizado pela equipe carioca. Mas era pouco para segurar a vitória e, principalmente, Valdivia. O camisa 10 provou sua qualidade com uma linda inversão para Victor Luis dominar na grande área e soltar a bomba, acertando o travessão antes de empatar um jogo que parecia perdido, aos 23 minutos do segundo tempo.

O Palmeiras estava tão animado, contagiado por uma torcida que não deixou de incentivar durante o jogo, que até sabia o que fazia com a bola. Assustado, Luxa deu chance aos palmeirenses de vaiar Márcio Araújo, trocando o volante pelo centroavanre Elton. Mesmo assim, não fez o time ser mais do que um espectador do Verdão dentro de campo.

Mas o Palmeiras sempre paga por seus próprios erros. Mesmo com seu principal jogador. Aos 37 minutos, Valdivia fez questão de mudar o jogo mais uma vez, mas prejudicando seu time. Pisou propositalmente em Amaral, foi expulso e, segundos após ficar com um a menos, o time precisou que Lúcio evitasse o gol em cima da linha. Pouco depois, Alecsandro acertou a trave. Quem sonhou com a virada, graças a Valdivia, precisou segurar um ponto, também graças ao chileno.

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