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Futebol

Messi repete Maradona de 90, some em final e prorroga fardo

Arquivo Geral

13/07/2014 18h50

Lionel Messi não fez diante da Alemanha o que sempre se espera de um camisa 10 e, mais ainda, de um jogador eleito quatro vezes o melhor do mundo: decidir. A torcida argentina gritou o nome do craque em diversos momentos no Maracanã, mas, com a derrota por 1 a 0, em vez de reeditar Mario Kempes de 1978 e Diego Maradona de 1986, que envergavam a mesma camisa e pressão que ele e foram campeões, repetiu o Maradona versão 1990, vice.

É verdade que o meia-atacante do Barcelona teve um Mundial muito superior aos de 2006 e 2010, edições em que foi questionado por não repetir na seleção o futebol apresentado em seu clube. Desta vez, foram quatro gols nos três primeiros jogos (Bósnia e Hezegovina, Irã e Nigéria) e, apesar de ter passado em branco diante de Suíça e Bélgica, deixou parcela de contribuição significativa, como o fez também na semifinal, contra a Holanda, convertendo sua cobrança na disputa de pênaltis. Na decisão, entretanto, a Argentina voltou a sentir sua falta.

Assim foi também com Maradona em 1990, igualmente diante dos alemães. Inerte tanto no ataque quanto quando foi um pouco recuado pelo técnico Carlos Bilardo, o maior jogador argentino da história não conseguiui impedir a derrota por 1 a 0. É completamente plausível e esperado que Messi esteja na próxima edição do torneio, a sua quarta, como foi a de Maradona em 1994. Porém, em 2018, talvez não chegue à Rússia com o mesmo vigor físico que tinha hoje, aos 27 anos. Vigor que ele mostrou em sua primeira boa ação neste domingo, aos sete minutos, partindo para cima do zagueiro Mats Hummels e conseguindo invadir a área e atrasar para o meio da área. A defesa fez o corte.

Estava claro que o lado direito do ataque argentino dificilmente seria preenchido com qualidade por Benedikt Hoewedes, um lento zagueiro de origem. Mas foram necessários mais 22 minutos para que Messi aparecesse bem novamente por ali. Antes mesmo de alcançar a linha de fundo ou a área, ele cruzou para Higuaín completar para a rede. A assistência e festa da torcida só não foram completas porque o atacante estava em condição irregular, e o assistente apontou impedimento corretamente.

Antes do intervalo, o craque argentino ainda incomodou a defesa alemã em outras duas oportunidades. Aos 34, desta vez desviando a atenção adversária pela meia esquerda, ele tentou colocar a bola por cima dos zagueiros, buscando Higuaín, mas o lançamento foi interceptado, impedindo que o atacante saísse de frente para Manuel Neuer. Cinco minutos mais tarde, o próprio Messi ficou cara a cara com o goleiro, pelo lado direito da pequena área, contudo levou a pior. No rebote, Boateng tirou em definitivo.

Nenhuma jogada do meia-atacante tinha desfecho positivo, e ele então retornou do vestiário determinado a ele próprio resolver. Logo no primeiro minuto, surgiu como uma flecha por trás de dois marcadores, desta vez pelo lado esquerdo, e foi acionado com apenas Neuer à sua frente. O chute rápido e cruzado de perna esquerda atrasou a reação do goleiro, mas a bola saiu pela linha de fundo, passando rente à trave.

Aos 28 minutos, pouco depois de ter seu nome gritado pela torcida, Messi recorreu à sua tradicional arrancada com a bola nos pés, saindo do lado direito em direção à meia-lua da grande área, para responder ao apoio. Até passou por Hoewedes e se desvencilhou da tentativa de falta de Bastian Schweinsteiger. Só que o arremate colocado não saiu como o imaginado e passou a metros de distância da trave direita de Neuer, que nem menção de saltar fez.

Sem gol no tempo regulamentar, o jogo seguiu para a prorrogação. Messi seguiu ineficaz, a despeito de novas tentativas da torcida de tentar motivá-lo a resolver. Quem resolveu foi o alemão Mario Gotze, aos sete minutos da segunda etapa do tempo extra, dominando bola dentro da área e estufando a rede de Sergio Romero e prorrogando o fardo de um dos maiores camisas 10 que a Argentina já teve em sua história. História ainda com só dois títulos mundiais.

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