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Viva

Atores: vivendo os dramas de toda vida real

Arquivo Geral

24/09/2014 9h00

Alçados aos holofotes, atores e atrizes têm de lidar com as consequências do sucesso, como assédio, invasão de privacidade, fofocas e até mesmo uma falsa idealização da vida real. Pessoas comuns por detrás da maquiagem, os atores também têm de saber lidar com decepções amorosas e doenças. Ser diagnosticado com uma doença grave, por exemplo, não é fácil para ninguém. Ainda mais para quem trabalha com a imagem e está constantemente exposto.

Mesmo assim, muitos mostram histórias de força e coragem, tornando-se exemplos de superação. A história do ator Guilherme Karan comoveu fãs de todo o País. Famoso pela participação em programas como a TV Pirata e em mais de 13 novelas, o ator está internado em um hospital no Rio de Janeiro há seis meses. O motivo: Karan, que tem apenas 56 anos, foi diagnosticado com síndrome de Machado-Joseph, uma doença degenerativa do sistema nervoso que pode chegar a provocar  alteração no equilíbrio e na coordenação motora.

Recluso e sem receber visitas por sua própria opção, Guilherme Karan está sempre acompanhado pelo pai, Alfredo, que chegou a dar depoimentos comoventes recentemente. Dentre eles, o de que o filho estaria com dificuldades de se alimentar, além de se negar a encontrar os próprios amigos. Segundo Alfredo, o ator se emociona sempre que revê os programas dos quais participou ao longo da carreira.

Volta por cima

A torcida pelo ator levou o Jornal de Brasília a buscar casos de artistas  que também passaram por problemas de saúde, mas que não perderam a fé e a garra, como é o caso de Cláudia Rodrigues, Reynaldo Gianechinni e Drica Moraes.

Famosa por seu trabalho em A Diarista, Cláudia Rodrigues passou por maus bocados ao ser diagnosticada com esclerose múltipla, doença degenerativa autoimune que também ataca o sistema nervoso. Foram quatro anos afastada até a volta aos palcos, em 2013, com a peça Muito Viva!. Segundo a atriz, que tem planos de voltar a gravar A Diarista, a doença está controlada.

Vilã da novela das 21h

Ao saber que estava com leucemia, em 2010, Drica Moraes viu sua vida sofrer uma reviravolta. A atriz de O Cravo e A Rosa e Xica da Silva precisou se submeter a um transplante urgente de medula. Durante o quadro Arquivo Confidencial, do programa Domingão do Faustão, a irmã da atriz, Alessandra Moraes, contou como foi. “O pior foi contar que o tratamento com quimioterapia não tinha sido suficiente e que ela teria que fazer um transplante”, disse Alessandra. Mas a atriz acabou dando a volta por cima e, atualmente, é a vilã Cora, de Império.

Mensagem de superação com bom-humor

Em entrevista ao JBr., Cláudia Rodrigues fala sobre sua doença e deixa uma mensagem positiva para o colega internado Guilherme Karan. “Tudo é possível. Quando soube da minha doença, entrei em depressão. Não tinha vontade de fazer nada. Tive que parar de fazer o que mais amo: trabalhar”, conta. Segundo ela, “há duas maneiras de ver a vida. Uma é acreditar que não existem milagres, a outra opção é acreditar em Deus”. Do seu jeito, faz questão de chamar Karan para o seu “bonde”: “Você conhece? Venha fazer parte do bonde de Jesus Cristo. Com ele, se vence qualquer batalha”, diz emocionada.

Casbelos raspados

O galã Reynaldo Gianecchini também foi pego de surpresa, em 2011,  quando descobriu que estava com Linfoma Não-Hodgkin. Foi preciso se afastar dos holofotes para aprender a lidar com o assédio da mídia. Gianecchini raspou o cabelo e soube lidar com a doença de maneira madura, retornando com tudo em 2012, na novela Guerra dos Sexos.

Ponto de vista

Doutora em Psicologia pela Universidade de Brasília, Jucélie Rezende orienta os  pacientes que sofrem de alguma doença a lidarem com cautela com esse momento difícil, que exige  persistência e força de vontade. “Quando falamos de pessoas públicas, pode ser ainda mais complicado. Uma doença pode mexer na auto-estima, o paciente acaba querendo ficar sozinho e, muitas vezes, não quer se expor. A minha orientação é que, nestes casos, ele consiga um porta-voz, alguém com quem possa desabafar e que repasse as notícias”, coloca. Júcelia frisa ainda a necessidade de encarar a doença de uma maneira madura, como um aprendizado, um novo olhar sobre si mesmo e sobre as relações com as pessoas ao redor.

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