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Fenômeno K-pop invade o Brasil

Arquivo Geral

20/08/2014 9h00

Nas coreografias marcadas e sincronizadas com rigor e vigor, nas roupas ousadas, nos cabelos cortados e coloridos, jovens que parecem a personificação dos animes dançam e cantam o k-pop (korean pop). Para quem não conhece, o termo surgiu na década de 90 para caracterizar o novo gênero musical eletrizante que emergia na Coreia do Sul.  

Nas pistas e nos clipes, esses artistas têm um visual para lá de produzido e dançam músicas que combinam R&B, hip-hop, rock e  pop bubblegum (uma mistura de pop e soul). O fenômeno chegou com força ao Brasil, que já conta com 180 mil membros em fã-clubes. E a capital federal não fica atrás. Aliás, foi daqui que saiu um membro do primeiro grupo oficial de k-pop brasileiro. 

Criado após uma audição realizada pela JS Entertainment (produtora liderada pelo sul-coreano Alex Js Lee), o Champs inspira-se no k-pop, mas possui gingado próprio, com características e ritmos brasileiros. Surgiu assim um gênero batizado de b-pop (Brasil Pop). 

O grupo é formado por cinco jovens, entre 18 e 22 anos. Dentre eles e representando Brasília, está Rodrigo Kenji, 20. O Champs fará show pela primeira vez na capital federal no sábado, a partir das 15h, no Teatro da Praça de Taguatinga (Taguatinga Norte). Apresentam-se ainda bandas locais covers de grandes nomes do k-pop.

“É muito legal participar do grupo. Nós moramos juntos (os cinco integrantes) em São Paulo, ensaiamos e recebemos aulas de canto e dança diariamente, das 7h30 até as 18h”, afirma o cantor, que gosta do ritmo desde 2011.

Seguindo os passos dos ídolos

Único brasiliense do Champs, Rodrigo Kenji conta que as coreografias e canções do grupo mostram um k-pop “abrasileirado”, que mescla funk, hip-hop e pop. “As músicas são cantadas em português, mas incluem alguns trechos em inglês”, explica.

No show na capital, os meninos vão apresentar seis músicas, incluindo a canção Dynamite, do clipe gravado este ano na Coreia do Sul. “Foi emocionante fazer o videoclipe em um galpão abandonado onde vários grupos coreanos famosos gravaram. Para fazer o vídeo, usamos roupas que remetiam ao exército”, conta Kenji.

Conexão

Também integram o Champs Iago Aleixo, Diego Medeiros, Richardson Hotz (Ricky) e Henrique de Almeida (Shi). O clipe foi dirigido pelo sul-coreano Alex Js Lee.

O paulista Shi também garante estar realizado. Além de destacar a importância do crescimento do gênero no País, ele realça a necessidade de emplacar a cultura oriental no ocidente. “Acho muito legal essa conexão entre Brasil e Coreia do Sul. Tem muitas bandas bacanas de k-pop que valem a pena serem conhecidas, como a Big Band, Super Junior, dentre outras”, pontua.

Capital sediará final de concurso

 Para promover a cultura coreana e abrir espaço para o K-Pop e seus grupos que surgem no Brasil, a Embaixada da República da Coreia, em parceria com o comitê Korean, conseguiu trazer para o País pela primeira vez o K-Pop World Festival 2014 Brazil, evento que abre espaço para grupos nacionais disputarem,  dançarem e cantarem o K-Pop. A 1ª edição no País terá como sede a capital federal. O festival acontecerá depois de amanhã, a partir das 18h, no teatro da Unip (913 Sul). 

O evento recebeu inscrições de mais de 100 grupos, que enviaram  entre maio e junho vídeos com suas performances. Foram escolhidos 27 covers de k-pop para disputar essa etapa regional, que selecionará um grupo da dança e outro do canto. 

Quem passar da primeira fase vai participar de uma nova classificação  on-line, que envolverá representantes de todo o mundo. Os 15 melhores grupos vão para a Coreia do Sul com tudo pago  concorrer ao lado de seus ídolos no K-Pop World Festival, realizado em outubro. Os prêmios para os grandes finalistas variam de R$ 20 mil a R$ 100 mil. 

Organizador do evento e responsável pela divulgação cultural da Embaixada da República da Coreia, o secretário Hoseok Son realça a importância do festival e do intercâmbio crescente entre a Coreia do Sul e Brasil. “Essa é uma grande oportunidade de difundir nossa cultura num país tão grande e diverso como o Brasil, expandindo o número de fãs de k-pop e favorecendo o intercâmbio cultural e humano entre os dois países.”

A banda Champs estará presente no evento e irá fazer o anúncio dos grandes premiados. O diretor da banda, o sul-coreano Alex Js Lee, foi um dos grandes responsáveis  pela implantação da onda k-pop no País. Há 18 anos em São Paulo, ele sentiu a necessidade de promover um intercâmbio entre ambas nações e viu, no novo gênero musical do momento, a possibilidade. Alex, que também é músico, fundou a empresa  JS Entertainment. A audição para escolha dos integrantes foi feita em 2012.

“Com o acesso à internet, jovens do mundo inteiro passaram a ver clipes e a conhecer a produção musical feita em diversos cantos do mundo. Aí veio a onda do  k-pop, da Coreia do Sul, que já encanta a garotada.  Era o momento certo de propor uma audição e fundar uma banda com essa pegada. Deu certo. O intercâmbio é super rico”, pontua, satisfeito. 

Paixão

Nas telas do computador, o estudante Filipe Rodrigues descobriu esse gênero em 2007 e se apaixonou. Ver clipes com as sincronizadas coreografias executadas pelos meninos ou meninas de olhinhos puxados virou um vício. Tanto que ele e mais cinco amigos fundaram também um cover da banda sul-coreana-chinesa EXO. “Ensaiamos todos os domingos e baixamos os clipes da banda para tentar reproduzir igual. É um gênero diferente, que atrai pelas canções, pelo visual”, frisa.

Um trabalho feito por fãs

Fã dos meninos do Champs e também do k-pop, a brasiliense Thais Lima de Oliveira fundou até seu grupo próprio em Brasília. A Super Junior G é um cover da banda coreana Super Junior, que há seis anos dança igual aos 13 integrantes do sucesso da Coreia do Sul, com direito a perucas e vestimentas irreverentes. De acordo com Thais, Brasília já conta com 25 grupos covers de k-pop ativos. “E está crescendo. Realizamos festas e eventos particulares”, destaca, orgulhosa.

Coreografias caprichadas para apresentar

Fã de carteirinha, a estudante Jéssica de Carvalho  aderiu à moda das bandas covers do k-pop que despontam cada vez mais em Brasília. Sempre interessada na cultura oriental, Jéssica descobriu, em 2007, o “boom” da música que surgia na Coreia do Sul e fundou, com 10 colegas, uma cover da TVXQ-JYJ, banda sul-coreana de sucesso. A sua banda, que assina como West Sky, veste-se igual aos seus ídolos.  Com roupas de exército e cabelos presos, eles treinam as coreografias e vão para os palcos. 

“O k-pop choca visualmente, seja nas coreografias ou no visual. Por isso tenho um interesse enorme. Meu grupo ensaia sempre e agora estamos nos encontrando direto, já que vamos dançar no K-Pop World Festival 2014. A felicidade é imensa”, diz, vibrante.

Na apresentação, o grupo de Jéssica dançará a música Hey! Don’t Bring Me Dow, do grupo  TVXQ-JYJ.  Os fãs ou interessados podem conhecer o gênero  no site: facebook.com/Kpopdf

Ponto de vista

Segundo Bon-Woo Koo,  embaixador da República da Coreia no Brasil, o sucesso do K-Pop World Festival 2014 Brazil mostra o interesse pela música em terras tupiniquins. “Desejo que o k-pop e a cultura coreana atraiam ainda mais os jovens brasileiros. Assim, poderemos trazer outros eventos como esse o mais breve possível”, afirma.

Grupos de sucesso

vSuper Junior –  Famosa banda de boy band da Coreia do Sul, produzida por Lee Soo-man e criada pela empresa SM Entertainment, em 2005. A banda despontou com o hit Sorry, Sorry, homônimo do álbum lançado em 2009.

TVXQ (ou DBSK) –  Boy band sul-coreana formada pela SM Entertainment. O grupo estreou com um quinteto em 2003 e, hoje, é formado pelo duo  Yunho e Changmin. A banda recebeu o título de “realeza do k-pop” pela revista norte-americana Billboard.

EXO –  Banda sul-coreana-chinesa formada pela SM Entertainment, em 2011. O conjunto é dividido em dois sub-grupos: o EXO-K (da Coreia do Sul) e o EXO-M (da China). Ambos promovem trabalhos simultaneamente. Cada sub-banda conta com seis integrantes originais. São famosos por canções como Mama, Wolf e Growl.

Big Bang – Grupo sul-coreano formado pela YG Entertainment. A boy band conta com cinco membros oficiais: G-Dragon, Top, Taeyang, Daesung e Seungri. Tem como principal pegada o hip-hop coreano. São conhecidos como “boy band da nação” e ficaram famosos por hits como Mentira. 

Girl’ Generation –  Grupo de nove garotas sul-coreanas, formado pela SM Entertainmente, em 2007. Já lançaram sete álbuns em coreano e várias canções de sucesso como Into The New World, Kissing You  e Baby Baby.

Serviço

 K-Pop World Festival 2014 Brazil – Sexta-feira, a partir das 18h. No Teatro Unip (913 Sul). Entrada franca. Informações: 3221-2500. Classificação livre.

Champs –   Sábado, a partir das 15h. No Teatro da Praça (Taguatinga Norte).  Ingressos: R$ 45 (meia-entrada) apenas para ver os shows ou R$ 80 (preço único), com direito a pôster autografado e foto com o grupo.  Informações: eventioz.com.br/e/champs-show-em-brasilia. Classificação livre. 

Conheça a banda e o estilo musical:

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