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Economia

Tomate aumenta e vira o novo vilão dos índices de inflação

Arquivo Geral

23/02/2018 7h00

Atualizada 22/02/2018 21h38

Para Ester, o tomate é essencial: os netos não abrem mão do molho da macarronada que ela costuma fazer. Foto: João Stangherlin

Eric Zambon
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A antecipação da safra do tomate para dezembro – geralmente acontece em abril – fez com que o preço da fruta aumentasse entre 35% e 96% em todo o País. Conforme a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), responsável pela apuração dos índices, as chuvas intensas nas áreas produtivas também comprometeram o desenvolvimento das culturas em fevereiro e, portanto, os valores subiram.

Conforme tabela do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado de Hortigranjeiro (Prohort), o preço médio de distribuição no DF chegou a R$ 4 no último dia 22, fazendo a capital figurar entre os quatro lugares em que o quilo do produto está mais caro, atrás do Tocantins e empatado com Alagoas e Ceará.

A variação no preço do tomate, em conjunto com a batata, já havia empurrado a prévia da inflação oficial em janeiro, conforme cálculo do IBGE através do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15). Assim, houve alta de 0,39%, confirmando a tendência de elevação constatada no mês anterior.

“Começo do ano é período de entressafra, então tem menos oferta e o preço aumenta. A intensificação de produção dos locais produtores devem regularizar nos próximos meses”, projeta o gerente de modernização do mercado hortigranjeiro da Conab, Erick Farias. Ele descarta uma alta puxada pela fruta como em 2014, quando a cesta básica, por exemplo, aumentou na casa de 2%, e disse não ver motivos para alardes no momento.

Um dos motivos pelos quais o tomate é tão importante é pelo fato de ele integrar uma variedade de condimentos e produtos que, por efeito dominó, também têm seus preços elevados.

A aposentada Ester Vieira Delis, 80 anos, é um exemplo do quão intrínseco o alimento é às mesas das famílias. Para ela, a fruta é “essencial, sempre”.

“As frutas em geral eu compro quando eu vejo bons preços, mas o tomate é prioridade. Leva no molho, quando quero fazer macarronada, e os meus netos adoram”, brinca a idosa.

Para ela, os preços mais altos devem influenciar muito pouco os hábitos de consumo da fruta justamente pela essencialidade dela nas refeições. “Não existe substituto para ele, né”, conclui.

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