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Economia

Liquidações dão certo e as promoções elevam vendas

Arquivo Geral

19/01/2017 7h00

Ivana Gomes: nem redução de 50% eleva a venda de sapatos no DF. Foto: Sandro Araújo

Manuela Rolim
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Passadas as festas de fim de ano, as vitrines ficam tomadas por avisos de liquidação. Desta vez, não foi diferente. Desde o dia 26 de dezembro, os lojistas tentam alavancar as vendas com mega promoções e parece que a estratégia tem funcionado. Segundo o Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista), a previsão é de que o número de vendas no fim de janeiro seja maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. Apesar do otimismo da entidade, na prática, parte dos comerciantes ainda reclama do faturamento.

De acordo com o Sindivarejista, o consumo ganhou impulso no último dia 2. “Como consequência, tivemos aumento de 1,5% nas vendas até o dia 16 deste mês, mesmo crescimento computado em janeiro do ano passado. Ou seja, já empatamos, apesar da crise. A expectativa é de que o aumento chegue a 2% até o dia 30”, detalhou o porta-voz do sindicato, Kleber Sampaio.

No total, foram analisadas 1,5 mil lojas de rua e shoppings da cidade. Vale ressaltar que itens como roupas, calçados e eletrodomésticos estão entre os mais vendidos até o momento. “No geral, os estabelecimentos que se destacam são os que oferecem maiores facilidades de pagamento e parcelamento sem juros. Estamos confiantes, mas ainda é um crescimento moderado”, declarou Sampaio.

Segundo ele, as compras com cartões de crédito correspondem a 90%. “As pessoas sempre querem mais prazo”, completou o porta-voz, ao evidenciar a recuperação do comércio, inclusive, no último Natal, que marcou 2,5% de aumento nas vendas. No mesmo período de 2015, o número foi de – 3,5%, informou Sampaio.

Vendedor em uma loja de calçados, Lucas Alexandre Josias, 21 anos, comemora o movimento no shopping por causa das liquidações. “Estamos batendo as metas individuais e da loja todos os dias. Não há dúvidas de que este ano está melhor do que o anterior. Os clientes estão comprando mais, apesar de o foco serem somente as promoções”, relatou.

Nem todo setor fatura

A realidade para boa parte dos comerciantes não é a mesma. A gerente de uma loja de calçados Ivana Gomes do Vale, por exemplo, garante que o faturamento está pior do que em janeiro passado. “Acredito que tenha caído algo em torno de 20% na quantidade de vendas ou até mais. O medo de comprar ainda aterroriza a clientela”, afirmou.

Mesmo com peças 50% mais baratas, a gerente lamenta o fracasso. “Estamos com as mesmas facilidades de pagamento, mas não está adiantando. Praticamente damos o produto para o cliente e, ainda assim, ele não compra. Está difícil bater meta dessa vez”, completou Ivana, que vai estender o período de liquidação até fevereiro.

A mesma opinião tem o comerciante Getúlio da Silva Costa. Segundo ele, as vendas estão cerca de 8% abaixo do que foi registrado em 2016, mesmo com as vitrines anunciando até 70% de desconto. “Tem gente chega, escolhe o produto e desiste depois de pensar nas dívidas”, concluiu.

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