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Economia

Azul mira Avianca Brasil enquanto funcionários iniciam paralisação na ponte aérea

Aline Rocha

13/05/2019 16h33

A companhia aérea Azul informou, nesta segunda-feira (13), que protocolou nova proposta na Justiça para comprar parte das operações da Avianca Brasil, que passa por recuperação judicial e cancelou vários voos no último mês.

Por meio de nota, a companhia aérea informou que fez o requerimento junto à 1ª Vara de Falências e Recuperação Judicial de São Paulo, onde está sendo processada a recuperação judicial da Avianca Brasil, de uma autorização para a compra de uma “nova Unidade Produtiva Isolada (Nova UPI)”, espécie de empresa que seria criada a partir do desmembramento da Avianca, no valor mínimo de U$ 145 milhões.

Em março, a Azul ofereceu U$ 105 milhões para a compra de parte das operações. Agora, anunciou o valor de U$ 145 milhões. A oferta prevê a compra de 21 slots (autorizações de pouso e decolagem) que a Avianca detém no Aeroporto de Congonhas, 14 no Santos Dumont e 7 no de Brasília.

“A Azul acredita que o pedido formulado ao juízo da RJ para alienação judicial da Nova UPI confere à Avianca Brasil, seus empregados, consumidores, credores e demais interessados uma alternativa legal e legítima para viabilizar a monetização, o uso continuado de bens e a preservação de atividades, as quais correm grave risco de paralisação e rápida deterioração das atividades da companhia, no melhor interesse do mercado de aviação e todos os envolvidos”, disse a empresa em comunicado ao mercado.

A empresa aérea justificou o pedido de compra com o argumento de que a medida oferece uma alternativa para aumentar a competitividade na ponte aérea Rio-São Paulo. A Azul disse ainda que a proposta de nova UPI “não invalida o procedimento de alienação judicial das 7 unidades produtivas isoladas”, previstos para ser leiloados na semana passada.

O leilão, que deveria ter acontecido na última terça-feira (7), foi suspenso pela Justiça de São Paulo a pedido da Swissport Brasil, empresa que atua com serviços de logística em aeroportos. A Swissport argumentou, no pedido, que a transferência de slots, prevista no plano de recuperação da Avianca, é proibida por lei. A Avianca recorreu da suspensão, defendendo a legalidade de seu plano de recuperação.

Pilotos e comissários da Avianca votam por paralisação em Santos Dumont (RJ) e Congonhas (SP)

Foto: Agência Brasil

Os pilotos e comissários de voo da Avianca Brasil decidiram nesta segunda-feira, 13, pela paralisação total das atividades aéreas da companhia em 17 de maio, a partir da 6h, em nome da segurança de voo, nos aeroportos de Santos Dumont (Rio de Janeiro) e Congonhas (São Paulo). A informação é do Sindicato Nacional dos Aeronautas.

“A paralisação permanecerá por tempo indeterminado – até que haja uma resposta satisfatória por parte da Avianca para as reivindicações”, diz a entidade em nota. A decisão, segundo a categoria, foi tomada como medida extrema e como um último recurso para garantir a segurança de voo de todos, “já que é responsabilidade dos tripulantes o transporte de vidas em segurança”.

Nos últimos tempos, acrescenta o sindicato, a situação tem se mostrado insustentável, com os seguidos atrasos no pagamento de salários e outras verbas como diárias, vale alimentação, férias atrasadas e depósitos de FGTS.

Importante ressaltar que a aérea deu início nesta segunda-feira ao processo de redução de força de trabalho de seus tripulantes.


Com informações de Agência Brasil e Estadão Conteúdo

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