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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Fraga uma vez só

Arquivo Geral

10/08/2018 7h00

Atualizada 09/08/2018 22h35

Em meio às movimentações políticas da pré-campanha, o postulante ao Governo de Brasília Alberto Fraga (DEM) afirma que, se não for eleito, vai se retirar da vida pública. Em caso de vitória no pleito de outubro, não vai tentar a reeleição. “Eu assino qualquer papel para atestar que eu não quero de novo. Estou com 62 anos e tenho que viver com a família”, faz o compromisso. Ele alega estar desgastado e reclama sobre a política “não estar boa”.

Mais feminista que eu?
O candidato do DEM diz estar chateado com a pecha ruim que toda a classe política ganhou por causa “de uns e outros” e cita um episódio, segundo ele, recente. “Estava no restaurante com uns amigos e lembrei de uma fala minha em plenário, que a mulher que sobe na tribuna e bate como homem, tem de apanhar como homem. Uma moça se levantou e disse que eu estava incitando violência. Foi metaforicamente. Eu sou um avô, um pai, e ela veio me criticar. Eu reagi. As pessoas se esquecem que somos pessoas como elas”, reclama. Segundo o deputado, ele lembrou à moça que foi de autoria dele o substitutivo aprovado na Câmara que aumentou a pena para crimes de feminicídio e ela ficou sem reação. A citação em questão também gerou polêmica à época em que foi proferida, em maio de 2015.

Voltando à programação
Sobre a disputa pelo Buriti, de que ele ainda se anima para participar, o deputado federal é mais incisivo. Fraga admite não ter desistido de tornar Ibaneis Rocha (MDB) seu vice e adota um tom mais brando ao falar sobre o ex-presidente da OAB-DF. “Eu falei para ele que o sonho dele deve ser para 2022. Se ele for meu vice, vai pavimentar o caminho para chegar bem na próxima eleição. Vai ganhar a experiência que ele ainda não tem”, propõe. Segundo o parlamentar, a divisão de forças da oposição só favorece o “mãos sujas”, apelido irônico que deu a Rodrigo Rollerberg.

Zap-zap
Por mensagem, Ibaneis respondeu com um sonoro “não” ao ser perguntado sobre a possibilidade de ser vice na chapa de Fraga. “Minha candidatura está posta e tenho recebido apoios de todos os setores da sociedade civil”, escreveu. Sobre os encontros que seus emissários têm tido com representantes do grupo do deputado federal, minimizou a situação ao alegar ser “do diálogo” e só ver chances de unir forças “se os interesses da cidade forem colocados acima da simples tentativa de manter o poder”, discursou, ainda por texto.

Pacto quebrado
O PPL e o PCdoB haviam assinado um acordo para caminharem juntos nestas eleições, mas agora os partidos foram parar em palanques diametralmente opostos. O PCdoB se uniu ao grupo que tenta a reeleição de Rodrigo Rollemberg (PSB) enquanto PPL se aninhou na coligação de Ibaneis Rocha. “Eles migraram sem nos comunicar para a base do governo”, se ressente João Goulart Filho, presidente do PPL-DF. Segundo ele, já havia um acordo apalavrado para lançar Ana Maria Prestes, neta de Carlos Prestes, ao Buriti, mas isso não vingou devido ao contexto.

Amigo de amigo meu
Segundo Goulart Filho, sem o PCdoB, sua sigla pensou em lançar uma chapa puro sangue, com o ex-procurador-geral do Trabalho João Pedro Ferraz como nome para tentar o governo. “O Ibaneis nos ligou porque soube do Ferraz e falou que eles eram amigos pessoais e que pretendia montar um espaço para ele na coligação”, detalha o presidente regional do PPL. Atualmente, o ex-procurador é pré-candidato ao Senado no grupo do emedebista.

Sem Meirelles
Outra condição do PPL para se encaixar no grupo foi não vincular a coligação ao presidenciável Henrique Meirelles (MDB). Para Goulart Filho, se isso não fosse cumprido, eles tentariam outros ares, mesmo com a cláusula de barreira colocando o partido a perigo. E não se conformariam com uma posição qualquer. “Somos pequenos mas nossos projetos são gigantes. Não aceitaríamos uma segunda suplência”, diz, em clara alfinetada ao PCdoB, que ocupa exatamente esse espaço no grupo de Rollemberg.

Vice de ficção
Para o dirigente do PPL-DF, a ida de Fraga para a chapa é “inviável” e a saída de Ibaneis para ser vice na chapa do democrata é “romance de Edgar Allan Poe”. Se acontecer, então, seria um novo marco na literatura partidária do DF? O clichê “cenas dos próximos cápítulos” finalmente teria um contexto digno

Reforma antecipa recesso
O plenário do Senado deve entrar em obras a partir da próxima semana e pode ficar fechado por um mês durante período que, em tese, os senadores estarão em atividade. Orçada em R$ 1,5 milhão, a troca de todo o sistema de áudio do plenário foi agendada para começar na segunda-feira (13) e tem prazo contratual de 30 dias para conclusão. A mudança sinaliza o resfriamento das atividades do Legislativo em período eleitoral. Neste ano, dois terços das vagas do Senado serão renovados. Há ainda senadores que vão disputar outros cargos, como Ana Amélia, vice de Geraldo Alckmin, e Kátia Abreu, vice de Ciro Gomes.

Para quem não vai votar
O Tribunal Regional Eleitoral do DF (TRE-DF) divulgou os nove locais que receberão as justificativas de quem não vai votar. São eles: Pátio Brasil Shopping, Rodoviária Interestadual, Escola Classe I (Quadra 6, AE 1, Rua 5, Sobradinho), CEI 1 (QN 10, AE, Samambaia Norte), Estádio Nacional Mané Garrincha, Colégio Marista Champagnat (QSD, AE 1, Taguatinga Sul), Faciplac (AE 2, Setor Leste, Gama), Aeroporto JK e Fundãção Bradesco (QNN 28, Ceilândia Sul). O TRE-DF lembra, porém, que as mesas só processarão os requerimentos nas hipóteses de eleitores maiores de 60 anos, eleitores com graves enfermidades, deficiência/mobilidade reduzida, gestantes/lactantes e aqueles que se cadastraram para votar em trânsito em outra Unidade da Federação mas ficarão no DF.

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