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Vampiros e zumbis marcam presença na Mostra Monstros no Cinema

Arquivo Geral

12/07/2018 14h09

Beatriz Castilho
[email protected]

Vampiros, zumbis, personagens mitológicos e animais gigantescos são alguns dos responsáveis por assombrar pesadelos de diferentes gerações. No cinema mundial não é diferente. Desde os primórdios, criaturas monstruosas já aterrorizavam as telonas. Buscando traçar um panorama horripilante da sétima arte, a Mostra Monstros no Cinema leva ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), de hoje a 7 de agosto, 60 sessões com essa temática. Melhor ainda: a entrada é gratuita.

Durante os 21 dias de evento, 39 filmes se revezam na telona e explicitam a grande diversidade de períodos, referências e nacionalidades do tópico. “Elegemos não só marcos de bilheteria, mas também marcos estéticos e tecnológicos”, explica o curador da mostra, Breno Lira Gomes. “Monstros refletem tudo que acontece no mundo, representando momentos da sociedade, não só nossos medos. E monstros atraem nossa atenção, até porque, se não atraíssem, Hollywood não lançaria tantos filmes.”

Películas veteranas são as responsáveis pela inauguração do festival. A abertura é com o clássico Drácula (produção original de 1931), que será exibido às 16h30. Seguem-se A múmia (1932), às 18h30; e, para fechar a sexta-feira 13, o quase centenário longa alemão Golem, como veio ao mundo (1920)
com sessão às 20h30.

Monstros no Cinema cultiva um intervalo de quase um século entre as obras selecionadas. Contrapondo-se ao veterano da programação, destaca-se o vencedor do Oscar de 2018: A forma da água (2017). Para o curador do evento, a heterogeneidade temporal das peças é uma forma de identificação dos diferentes momentos da sétima arte. “As pessoas acham que essas obras são só de entretenimento, mas nós, dos bastidores, sabemos o quanto podem ter contribuído para o desenvolvimento do cinema”, avalia.

Histórico

Datam de 1895 as primeiras movimentações cinematográficas, com os irmãos Lumière, em Paris. Pouco tempo depois, nas duas primeiras décadas do século 20, as criaturas assombrosas chegaram. A princípio, literatura gótica e lendas populares inspiraram as adaptações para as telonas. Uma das
responsáveis por disseminar esses personagens foi a Universal Studios, com produções que contemplavam, principalmente, figuras já conhecidas pelas páginas de romances ficcionais, como o Monstro da Lagoa Negra, Frankenstein e Lobisomem, entre outros.

Programação

Explorando não só os clássicos, mas também versões mais modernas dos personagens marcantes, a mostra do CCBB apresenta quatro opções de releituras. Só o conde-vampiro europeu com desejo de sangue comparece com três versões: a que será exibida hoje, a produção inglesa Drácula – O vampiro da noite (1958) e Drácula de Bram Stocker (1992).

Com o tempo, os monstros clássicos do cinema perderam força, abrindo espaço para outras figuras, com maior liberdade estética e metafórica. “Um exemplo é o Godzilla japonês [1954], um pós-guerra que alerta sobre uso de bombas atômicas”, situa Breno Gomes. “Depois vieram outros zumbis
representando imigração; e [muitos anos mais tarde], A forma da água, falando sobre preconceito e xenofobia.”

Com maior autonomia nas criações, a modernização do trabalho cinematográfico foi um ponto de virada na história do cinema. “Antes, a maquiagem, juntamente com cenário e fotografia, criava um ambiente de medo”, lembra o curador da mostra. “Hoje, monstros podem ser criados totalmente com computação gráfica, nas quais atores atuam com uma tela verde.” É dessa leva que o evento apresenta ainda filmes com pegada mais tecnológica, como O hospedeiro (2007), Cloverfield – monstro (2008), Onde vivem os monstros (2009) e Círculo de fogo (2013).

Outra frente que o festival explora é a dos monstros não necessariamente ligados apenas ao gênero de terror e suspense. Dessa safra, o Breno Gomes destaca duas pérolas: “O jovem Frankestein [1974], uma comédia; Gremlis [1984] e Monstros S.A., que apesar de infantil, faz uma crítica à nossas fontes de energia”, pontua.

Safra nacional

Dentre as mais de três dezenas de títulos, apenas dois são produções nacionais: À meia-noite levarei sua alma (1964), marcando a presença de um dos mais representativos diretores de terror no Brasil, José Mojica Marins, o antológico Zé do Caixão; e Mar Negro (2014), de Rodrigo Aragão.

“Nós produzimos mais fantasia nos últimos dois anos do que na nossa história do cinema, mas ainda temos muito o que crescer”, analisa Rodrigo, em entrevista ao JBr. “Existe interesse no público, mas falta tradição. Me encanta a plateia sentir medo de monstros que não existem. Minhas referências são filmes dos anos 1980, com heróis americanos, mas meu desejo é fazer filmes com heróis brasileiros”.

Para o diretor, dividir a lista de atrações com Zé do Caixão é uma honra . “Mojica foi o cara que abriu caminhos e mostrou que é possível fazer filmes desse tipo no país”, aponta. “Você sente uma pureza artesanal com cara brasileira nos filmes dele.” Outras atrações Além dos filmes, Monstros no CInema oferece uma oficina de maquiagem e caracterização no fim de semana (28 e 29 deste mês), às 14h, com o artista visual Thiago Sabino. Para participar, basta enviar nome, RG e telefone para o e-mail. [email protected]. Também haverá mesas de debate sobre cinema, com o curador e especialistas do tema.

SERVIÇO:
MONSTROS NO CINEMA
Quando: 12 de julho a 7 de agosto, com sessões gratuitas de terça-feira a domingo, das 9h às 21h.
Onde: Centro Cultural Banco do Brasil Brasília – SCES, Trecho 02, lote 22, Brasília (DF). Telefoe.: (61)
3108-7600.
Funcionamento: de terça a domingo, das 9h às 21h
Atividades paralelas
* Oficina da maquiagem: enviar nome, RG e telefone para o endereço monstrosnocinema@gmail.
Vagas limitadas.
Confira a programação completa, sinopses e classificações indicativas no site
culturabancodobrasil.com.br/portal/monstros-no-cinema

Veja a programação completa e as classificações indicativas no site do CCBB.

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