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‘Street art’ de Basquiat desembarca na capital neste sábado

Arquivo Geral

19/04/2018 17h29

Atualizada 20/04/2018 16h25

Fotos: The Estate of Jean-Michel Basquiat

Beatriz Castilho
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Em dez anos de carreira, o nova-iorquino Jean-Michel Basquiat (1960-1988) explorou e misturou técnicas de pintura e desenho para compor peças que refletem o neoexpressionismo de meados dos anos 1980. No ano passado, quase 30 anos após sua morte, Basquiat se tornou o artista americano mais caro do mundo, tendo a obra Untitled (1982) vendida por nada mais, nada menos que 110 milhões de dólares. Esta semana, mais de 80 peças do artista desembarcam na capital, podendo ser visitadas a partir deste sábado (21), Aniversário de Brasília, no Centro Cultural Banco do Brasil.

Jean Michel Basquiat – Obras da Coleção Mugrabi explora diversas fases da carreira do artista, desde desenhos poucos valorizados no início de carreira até sua fase mais produtiva, no início dos anos 80. Ou seja, a mostra explora uma retrospectiva da vida e obra do nova-iorquino. “Apesar de ter morrido muito jovem (aos 27), Basquiat teve uma produção intensa, causada por suas ideias incessantes, mas sobretudo pelo momento culturalmente rico em que ele viveu, na cidade em que nasceu”, conta Pieter Tjabbes, curador da mostra.

Entre fortes figuras, colagens e palavras politizadas, a inovação artística é o que mais caracteriza a produção de Basquiat. Aliás, a relação entre o artista e a cultura de mixagem foi feita entre essa mescla de técnicas. “O uso de símbolos comerciais, imagens de livros de anatomia e trechos de textos interagem com as novas estruturas musicais trazidas pelo hip hop [em ascensão nos anos 80]”, explica Tjabbes.

A articulação entre arte política e novas texturas fez de Basquiat um dos precursores do estilo de colagem do século 21. Sobre a desorganizada disposição dos elementos, Pieter explica que há uma proposta de modernidade estética a partir de técnicas primitivas. “É impossível definir um centro nas obras. Ao mesmo tempo, é possível perceber uma harmonia na disposição, já que as imagens são espalhadas por igual em uma superfície sem profundidade”, comenta.

Carreira breve e intensa

Filho de porto-riquenha com haitiano, Jean-Michel Basquiat nasceu e cresceu no Brooklyn, em Nova York. Americano, negro e de classe-média, ele teve contato precoce com a arte – aos 7 anos os museus da cidade já eram seus locais preferidos, por conta das visitas com sua mãe. Aos 16, se viu sem moradia certa após largar o ensino médio e sua casa. Revezava entre a rua, casa de amigos e prédios abandonados. Nessa época, entrou em contato com o grafite. Em tempo: Basquiat nunca se considerou grafiteiro.

“O artista sempre tinha uma mensagem que denunciava alguma forma de repressão às minorias. Por isso ele era celebrado por militantes de importantes movimentos”, conta Pieter. E é isso que torna Basquiat tão atual, segundo o curador: seja seu início nas ruas ou as referências de sua ascendência africana, que dialogam com tantas partes do mundo.

Neoexpressionismo

De forma muito breve, o neoexpressionismo é um movimento artístico no qual a expressão das emoções é feita a partir da liberdade técnica e figurativa. Muitas vezes caracterizadas como bagunçadas, ou até como pinturas ruins, representavam um retorno da figuração em um mundo influenciado pelo minimalismo. Aliás, esse foi um dos grandes diferenciais das produções do ápice de Basquiat.

 

Serviço:

Quando: De sábado a 1º de julho
Onde: No Centro Cultural Banco do Brasil (Setor de Clubes Esportivos Sul)
Visitação: De terça a domingo, das 9h às 21h
Informações: 3108-7600
Entrada franca
Classificação livre

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