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Projeto promove sessões gratuitas de cinema feito por diretoras brasileiras no Dulcina

Arquivo Geral

17/10/2017 7h00

Curadoras e produtoras envolvidas no projeto enaltecem o trabalho das cineastas brasileiras

Larissa Galli
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Por trás das lentes da câmera e de olhares sensíveis, ácidos e críticos, diretoras brasileiras lutam por espaço e reconhecimento na história da sétima arte nacional. Buscando contribuir na difusão do cinema feminino, o cineclube Cleo promove sessões gratuitas de filmes feitos apenas por diretoras brasileiras até agosto de 2018. Produções raras, feitas exclusivamente por mulheres e cineastas famosas e também as ainda pouco conhecidas, ganham espaço na capital a partir desta quinta-feira.

O cineclube Cleo surgiu a partir do questionamento sobre o lugar da mulher no cinema nacional. Diretoras, produtoras, pesquisadoras e artistas da capital federal uniram experiências cinematográficas para promover um cinema focado nas protagonistas do audiovisual brasileiro. “É um projeto todo composto por mulheres que trabalham na área do cinema, que ainda é um campo muito dominado pelos homens”, afirma Glênis Cardoso, uma das curadoras da mostra.

Além de exibir filmes realizados apenas por diretoras nacionais, o projeto conta com uma equipe de produção formada só por mulheres. A produtora cultural brasiliense Natália Pires convidou nove artistas para integrar o cineclube. Amanda Devulsky, Erika Bauer, Glênis Cardoso e Isabelle Araújo são as responsáveis pela curadoria.

Segundo Glênis, o cineclube é uma oportunidade para a formação de um público educado cinematograficamente. “Queremos facilitar o acesso a pessoas que não sejam necessariamente artistas à produção audiovisual feminina”, explica. Por isso o local estratégico: o Setor de Diversões Sul, no coração de Brasília. “O Conic é um lugar de fácil acesso. A ideia é chamar as pessoas que trabalham por ali para conhecer o cinema nacional e dar vazão à arte feita por mulheres”, diz.

A equipe estabeleceu os eixos temáticos das sessões e se preocupou em selecionar filmes que discutem temas atuais. Entre eles, racismo, questões de gênero e feminismo, exclusão social e maternidade.

Tradições e rupturas

Filmes de todos os estados do Brasil terão espaço na tela da sala Conchita. As exibições são sempre temáticas, com filmes que dialogam entre si. Na noite de estreia, o tema Tradições e Rupturas será discutido a partir da exibição dos curtas-metragens Travessia, de Safira Moreira, e Abigail, de Valentina Homem e Isabel Penoni, além do longa Aracati, de Julia de Simone e Aline Portugal.

“Esse tema já vai dar o tom do que a gente está tentando questionar durante todo o projeto”, comenta Glenis Cardoso. As sessões serão sempre acompanhadas por debates ao final, guiados por pesquisadoras do cinema do Distrito Federal.

Com uma linguagem poética, o curta Travessia abre a primeira sessão do cineclube. Por meio da memórias fotográfica de famílias negras, a diretora critica a falta de representação e estigmatização da população negra. Em seguida, a produção pernambucana Abigail busca fazer uma conexão entre o indigenismo e o candomblé.

Para encerrar, Aracati mostra a relação entre ser humano e paisagem e as transformações do espaço. “São filmes de diretoras jovens, mas que já mostraram uma força muito grande”, pontua Glênis.

Ela adiantou que na segunda sessão, no dia 2 de novembro, a temática discutida será Inspeções Midiáticas e serão exibidos filmes que tratam da representação feminina na mídia.

Serviço

Cine Cleo

Estreia na próxima quinta-feira (19), às 19h, na sala Conchita da Faculdade de Artes Dulcina de Moraes – Conic (Setor de Diversões Sul). Em cartaz até agosto de 2018, quinzenalmente, sempre às quintas-feiras, às 19h. Entrada franca. Informações: www.facebook.com/cinecleo/. Não recomendado para menores de 16 anos.

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