Larissa Galli
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Mãos no chão, pés para o alto e o coração na dança. O breakdance também é coisa de mulher. Elas dançam o breaking e transformam as ruas e os palcos do Distrito Federal em arte. Para dar visibilidade ao estilo – ainda pouco valorizado quando praticado por mulheres -, dançarinas e produtoras organizaram a 5ª edição do Festival Nacional de Danças Urbanas – Batom Battle, o maior evento de hip hop da América Latina criado por mulheres, para mulheres.
Responsáveis pelo evento, as brasilienses do Brasil Style BGirls (BSBGIRLS) dançam desde 2003. Elas lutam pela democratização da cultura, sem discriminação de raça, orientação sexual, gênero e classe social e pela participação feminina na arte. A BSBGIRLS foi a primeira companhia feminina de breakdance do DF e as integrantes viram nesta arte uma forma para mostrar que o hip hop é para todas e todos.
Fabiana Balduína faz parte do BSBGIRLS. Dançarina de breaking e idealizadora e produtora executiva do evento, ela diz que a Batom Battle é a “menina dos olhos” da companhia de dança. “A Batom Battle nasceu de um projeto de oficinas de dança e se tornou o primeiro festival de breakdance com foco em gênero do Brasil”, conta. Mas a iniciativa já teve alcance internacional: mulheres de países como Colômbia, Chile, Estados Unidos e México marcam presença no evento, além de dançarinas de quase todos os estados brasileiros.
De acordo com Fabiana, o grupo de dança trabalha com mulheres da periferia, buscando combater o preconceito que existe dentro do hip hop e mostra a força do breaking feminino. “A gente acredita na transformação social através da arte. Cada menina é um ponto de luz na sua comunidade. Nós conseguimos dar força para as mulheres que lutam pela equidade na arte”, declara. “Nós mulheres temos que provar 2 vezes que somos capazes de fazer qualquer coisa. E nós somos! Organizar e realizar o nosso próprio evento é gratificante!”, afirma Fabiana.
“A Batom Battle nasceu para dar visibilidade para as mulheres que dançam breaking, para funcionar como uma vitrine do que é produzido por mulheres no País no âmbito da cultura hip hop”, explica Fabiana. “É um momento para as mulheres terem um protagonismo que não existe no restante do ano. Só precisamos de apoio e valorização”, finaliza.
Saiba mais
- Inédito
Pela primeira vez, o evento proporciona uma convivência entre representantes do hip hop do Brasil e Estados Unidos em uma residência no Lago Norte até quinta-feira (17).- Festa
No sábado (19), a festa Kabulosa – Batom Party começa a partir das 23h, com com muito Hip Hop, house music e ragga. A entrada
custa R$ 20.
Novidades
A Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, no Conic, será o palco para o festival, que está cheio de novidades. Além das competições e dança, há também workshops gratuitos, talk shows e a festa Kabulosa – Batom Party, que vai ocupar a praça central do Setor de Diversões Sul (Conic) no sábado (19). “Entre as novidades, está o acréscimo de outras categorias na competição, como o Lampião & Maria Bonita, para dança em casal, e a categoria Vogue, que atende dançarinos LGBT’s e conta com um mulher trans como jurada”, explica Fabiana.
Segundo Fabiana, já são mais de 70 meninas inscritas no festival. E as inscrições também podem ser feitas na hora do evento. A partir da sexta (18), o público vai poder conferir as dançarinas no Teatro Dulcina de Moraes e na área externa do Conic (SDS). Tudo com entrada franca. No sábado (19), sai o resultado do campeonato com prêmios de até R$ 2 mil.
Saiba mais
Festival Nacional de Danças Urbanas – Batom Battle
De 18 a 19/8, na Faculdade de Artes Dulcina de Moraes – Conic (Setor de Diversões Sul). Entrada franca. Informações: 98562-3336. Classificação livre.
