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Hoje é dia de rock, moçada

Arquivo Geral

13/07/2018 7h52

Beatriz Castilho
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Rock, em tradução livre, significa rocha, nome representativo para um gênero que se fixou na cultura mundial. Como um peso firmando uma folha de papel, o estilo nasceu para não se deixar perder as pautas que a inquieta geração pós-guerra gritava. Instituído em nível mundial como Dia do Rock, a data de 13 de julho é relembrada apenas em solo brasileiro.

O marco surgiu em 1985, no festival Live Aid. Lotando o Estádio Wembley, em Londres, com mais de 70 mil pessoas, gigantes da música como Led Zeppelin, Dire Straits, U2, Queen, se apresentaram no dia. Phil Collins também marcou presença, sendo o responsável por sugerir que a ocasião se perpetuasse como Dia do Rock. Sem ser levado muito à sério, ele teve sua ideia abraçada pelos das brasileiros, que desde então reconhecem a data como tal.

Mas o rock, propriamente, não tem aniversário. Sem um ponto eleito como inicial, acredita-se que o estilo tenha nascido a partir de um amálgama musical, unindo símbolos culturais opostos da segregação racial americana. “Foi uma fusão de estilos como blues, folk, country, soul e gospel no fim dos anos 1940 e início dos anos 1950”, explica Paulo Roberto Affonso Marins, professor do Departamento de Música da Universidade de Brasília.

É possível apontar Ike Turner – que estourou nas paradas no grupo ao lado de Tina Turner, com quem foi casado -, Chuck Berry e Elvis Presley como alguns dos precursores dessa movimentação musical, ainda no meio do século passado. Quase duas décadas antes deles, uma estadunidense negra, Rosetta Tharpe, já brincava com a guitarra elétrica em suas melodias, tendo lançado Rock Me em 1937. Nessa fase inicial, as temáticas eram vistas, na maioria das vezes, positivas.

Ganhando espaço como potência de contracultura, o rock conquistou o gosto dos jovens. “A importância é enorme, principalmente se pensarmos em todas as transformações culturais que surgiram”, pontua o professor. Isso porque na década de 60, os baby-boomers (geração nascida da Segunda Guerra) traziam a ideologia hippie para a cena.

Assim, além de se espalhar para outros países, o gênero virou bandeira da juventude que abraçava o lema “sexo, drogas e rock n’ roll”, representando na música o novo estilo de vida. Com as amplificações das guitarras e a inclusão de drogas como temática, a época foi marcada pelo icônico festival Woodstock (1969), além de nomes como The Beatles, The Rolling Stones, Bob Dylan e Janis Joplin.

Antropofagia musical

No Brasil não foi diferente. Nessa época, movimentações começaram a borbulhar em solo nacional, com cinema, rádio e indústria fonográfica trazendo o gênero para o país. Assim, em plena ditadura militar, descobria-se o rock brasileiro.
O professor da UnB cita alguns exemplos icônicos, como a Jovem Guarda e o Tropicalismo. ““A Jovem Guarda; no ”No Tropicalismo vimos um rock misturado com música brasileira – nos anos 1970, com Raul Seixas e Rita Lee, por exemplo; nos anos 1980 com Legião Urbana, Barão Vermelho e outros. E os anos 1990, novamente, misturaram elementos brasileiros como Chico Science”, sintetiza.

Para Marins, a então recente capital federal foi uma das responsáveis pela explosão da cena de contracultura brasileira. “O boom se deu com a famosa Turma da Colina”, lembra, citando como referência o movimento cultural que efervescia na região conhecida como Colina, próxima à UnB “Creio que eles entenderam o momento do Brasil e trouxeram letras que refletiam aquele momento e uma sonoridade nova que estava em consonância com o rock inglês daquele período.”

Ao lado de grupos como Aborto Elétrico e Capital Inicial, um dos pioneiros do rock candango foi Philippe Seabra, vocalista e guitarrista da Plebe Rude. Para ele, a ebulição da música brasiliense era um reflexo da situação geográfica, e social, da cidade.
“Crescemos em uma situação ímpar no mundo”, rememora. “A cidade tinha a mesma idade que nós. Então, enquanto ela buscava sua cara, nós procurávamos a nossa. Dessa forma acabamos moldando Brasília“.

Serviço

Em comemoração à data, o Toinha Brasil Show (Park Sul, Quadra 09, Conjunto A, Lote 05/08 – Guará) lança o Festival Dia Mundial do Rock. Com atrações de grupos cover, autorais e até de drag queens, o evento procura relembrar e movimentar o estilo musical na cidade com shows de Dream Theater Tribute, Queen Greteast Hits, Planno e tributos a Guns’N’Roses e AC/DC. Ingressos a partir de R$ 40. Classificação 18 anos. Informações: Ingressos: 99191-9170.

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