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Hamilton de Holanda faz homenagem jazzística a mestre Pixinguinha

Arquivo Geral

24/10/2016 17h59

Leonardo Aversa/Divulgação

Icaro Andrade
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Mundo de Pixiguinha – Ao Vivo é consequência do belo álbum homônimo, lançado há três anos pelo bandolinista Hamilton de Holanda, que resgata a obra do compositor, flautista e maestro carioca Pixinguinha, ao lado de músicos de renome mundial como o pianista cubano Chucho Valdés e o trompetista norte-americano Wynton Marsalis. O show de lançamento do disco foi gravado em setembro de 2013, no Teatro Alfa, em São Paulo e, agora, pode ser visto no DVD.

Serviço:
Mundo de Pixinguinha Ao Vivo
Artista: Hamilton de Holanda
Gravadora: Sonora
Faixas: 20
Preço médio: R$ 54,90

Com um mix de choro e jazz, o trabalho conta com participações do acordeonista francês Richard Galliano, do pianista italiano Stefano Bollani e do pianista cubano Omar Sosa – todos diretamente ligados ao jazz, o que imprime ao projeto total sintonia entre os ritmos. Em entrevista ao Jornal de Brasília, o carioca criado em Brasília Hamilton de Holanda fala sobre o DVD e seus convidados, e versa sobre a importância de Pixinguinha para ele e para a música brasileira. O instrumentista aborda também seu novo disco, Alegria, voltado para o público infantil e que navega nas aventuras de grandes desenhos animados, como a Pantera Cor-de-Rosa, Os Flintstones e Sítio do Picapau Amarelo.

Podemos considerar que o DVD é também uma homenagem ao jazz?

Em partes, pois a obra é, na verdade, um tributo ao músico Pixinguinha. Agora, dependendo do ponto de vista de cada um, até mesmo do meu, ela pode ser considerada, sim, como um presente para o jazz.

O que a música de Pixinguinha representa para você?

Representa muita coisa na minha vida, faz parte do meu caminho artístico. Posso dizer que sua música trilhou o meu caminho musical e isso sempre será lembrado por aquilo que me rege, por aquilo que sou como artista/músico.

Como é navegar, com seu bandolim, nas obras do mestre do choro ao lado de artistas internacionais considerados ícones do jazz?

É de se emocionar – a mim e a todos da equipe empenhados na produção deste trabalho. Busquei emoção na interpretação de cada melodia e fico completamente lisonjeado quando consigo transmitir essa energia. Quem canta se emociona e quem houve também.

Como foi para você, como artista, o processo de aprimorar o projeto até chegar a esse misto envolvente de jazz e choro?

O próprio Pixinguinha já trazia o jazz na veia. Vejo que a união dos dois estilos musicais sempre existiu, logo o jazz é também choro. Mestre do choro, Pixinguinha também é conhecido como o rei do improviso. Ele brincava com os estilos e instrumentos, enfeitava as músicas à maneira que o agradava mais. Eu quis mostrar essa rica união por meio dos dois estilos.

O DVD conta com convidados internacionais de peso. Um deles o pianista cubano Omar Sosa, que no show interpreta Yaô (samba de sucesso nas vozes de Beth Carvalho, Clementina de Jesus, Dudu Nobre, entre outros). Como surgiu a ideia de convidar Sosa para transformar esse clássico?

Eu sempre admirei Sosa como pessoa e também como artista. A união dos dois instrumentos, piano e bandolim, deixou a canção mais intimista e isso contribuiu de forma significativa para a formulação do convite. Fico grato por ele ter emprestado sua riqueza musical, que tem tudo a ver com a música africana de Pixinguinha.

A música Ingênuo recebe um toque de mestre do acordeonista francês Richard Galliano. Como foi a experiência?

Já havíamos feito vários trabalhos juntos, além de muitas participações em shows. Ele é um cara cheio de energia e talento, e é a cara do Brasil. Posso resumir que tudo foi apenas um reencontro da música brasileira com a música francesa.

Da França para a Itália, vamos falar de Stefano Bollani, conceituado no jazz internacional e também no brasileiro. Qual a importância da participação do artista para o DVD?

Meu primeiro contato com o Bollani foi por meio de um amigo que mora em Paris. Eu ganhei um disco autoral dele e me encantei com a interpretação de Trem das Onze, do Adoniran Barbosa. Me tornei um grande adepto do som do cara e não poderia deixá-lo de fora desse projeto.

De Pixinguinha para as crianças. Fale um pouco sobre Alegria (disco infantil que contou com participação da Orquestra do Estado de Mato Grosso, regida pelo Maestro Leandro Carvalho)?

Alegria está, de verdade, presente no disco, um presente para toda a família. Eu recebi o convite da orquestra e aceitei prontamente fazer parte do que chamo de magia. São recordações que escutei quando criança e que, hoje, ouço com meus filhos. A harmonia ficou boa e quem puder ouvir, vai conseguir sentir essa alegria também.

Como que surgiu a ideia de homenagear os pequenos?

Há muito que tempo gosto de desenho animado e, depois de ter filhos, você acaba prestando mais atenção ao mundo que os rodeia. O disco é uma homenagem para as crianças, para os pais e para todos que um dia já foram fãs das músicas infantis e dos desenhos animados. Ter sido lançado no mês de outubro foi apenas uma coincidência mesmo, porém um lindo presente.

Quais são os seus agradecimentos finais na realização destes dois projetos?

Nossa! A lista é grande porque tem muita gente envolvida. Tenho a sensação de que fiz o que tinha de ser feito. E, lá na frente, vou agradecer muito mais.

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