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Entretenimento

Festival Internacional de Cultura periférica chega a Brasília em novembro

Colaborador JBr

19/10/2016 15h28

Foto: Divulgação/Jorge Bispo

O projeto FAVELA SOUNDS é o primeiro Festival Internacional de Cultura de Periferia realizado no Brasil. A festa acontece na Praça do Museu da República, entre os dias 14 e 19 de novembro, com programação gratuita e aberto para todos os púbicos. O evento é dividido em três etapas: Ralação (oficinas), Papo Reto (debates) e O Baile (shows) que traz Araketu (BA), MC Carol (RJ), Cidinho e Doca (RJ), Gang do Eletro (PA), Rincón Sapiência (SP), DJ Ketchup (Angloa)entre outros.

O selo “made in periferia” caiu no gosto do público e, atualmente, muitos dos produtos culturais vindos das quebradas fazem sucesso em outros cantos do Brasil. Se hoje é “bonito” ser periferia, os símbolos associados a este comportamento ainda parecem conduzir a uma espetacularização da cultura de favela, sem muita preocupação com a dissolução de preconceitos e barreiras sociais, reproduzindo comportamentos similares aos de tempos longínquos da história brasileira.

Um exemplo é o alcance do funk carioca, produção exclusiva de favelas, que hoje ganha grandes palcos mundiais e festas voltadas para as classes mais altas. Isso é bom? Nem sempre! O lado negativo é que a representação da favela ante o Brasil e o mundo nem sempre aparece dotada de realidade. Uma “maquiagem social” aparenta fazer uma seleção do que é belo e apresentável ante o mundo, e o que não é.

Assim, o festival FAVELA SOUNDS propõe um debate protagonizado por nomes de destaque das periferias urbanas brasileiras. O evento será dividido em três etapas e acontecerá em cinco diferentes Regiões Administrativas: Brasília, Mestre d’armas, Samambaia, São Sebastião e Ceilândia. A primeira etapa, Ralação, acontece entre os dias 14 e 18 e é voltada para as oficinas profissionalizantes. A ideia é promover um intercâmbio de experiências, reunindo alunos que já dialogam com os temas propostos e apresentando a eles outras abordagens dentro daquela linguagem artística. As oficinas serão de música, moda, grafite e dança. Logo, a ideia é dar ao dançarino de break, uma noção de dança afro, e assim por diante.

A segunda etapa, Papo Reto, é voltada para os debates. Aqui o foco é trazer à tona os temas que circulam por meio da produção cultural de periferia, assim como discutir o próprio fazer cultural dentro das favelas. Coordenadas pelo Mestre em Antropologia Urbana, Dennis Novaes, as conversas acontecerão no Auditório II do Museu da República e terão como temas “De Baile em Baile”, sobre economia cultural na favela, “É Som de Preto, de Favelado”, que trata de representatividade na produção cultural de periferia e “A Porra da Buceta é Minha”, que discute arte e performances de gênero nas quebradas.

Já na última etapa, o festival promove um grande Baile. A festa acontece nos dias 18 e 19 de novembro, na Praça do Museu da República. Serão dois dias de shows nos quais se apresentam grandes nomes das quebradas do DF, os participantes das oficinas – em um número multilinguagem especialmente preparado para a data –, além de nomes de repercussão nacional. A curadoria do evento buscou unir, num mesmo palco, não somente diferentes estilos musicais, como nomes que trazem em sua história a luta pela inclusão, pela diversidade e pelo respeito ao que é produzido nas quebradas do Brasil e do mundo.

Representando a força do rap do DF, Vera Veronika, a primeira mulher a assumir o rap como profissão por aqui sobe ao palco para contar toda sua história de luta e superação. O DJ Chokolaty, nome de destaque dos bailes da cidade também tá na mistura do Favela, além do trio Duafe, com uma dançante mistura de hip hop, música afro e latina.

De fora do quadrado, chegam a Brasília a banda paraense Gang do Eletro, com boa dose de tecnobrega; o DJ Byano, representando o Baile da Chatuba do Rio de Janeiro, com muito funk; o rapper paulista Rincón Sapiência, tratando de questões de raça e chamando a galera no flow; a banda baiana Ara Ketu, somando ao Favela Sounds todo o peso da ancestralidade dos tambores e dos blocos afro do Nordeste; MC Carol, funkeira feminista vinda diretamente de Niterói (RJ); DJ Waldo Squash, também de Belém do Pará para fazer todo mundo tremer; os lendários MCs Cidinho e Doca, representando a Cidade de Deus com um repertório funk recheado de clássicos; o DJ baiano ÀTTØØXXÁ, com o melhor do Bahia Bass para esquentar os pick-ups, além do DJ angolano Ketchup, que fecha a mistura trazendo uma boa dose de kuduro para o festival.

Realizado pela Um Nome Produção e Comunicação, o Favela Sounds terá toda sua cenografia feita com materiais recicláveis, utilizando prioritariamente papelão, paletes e caixas de fruta e também contará com ponto para recolhimento de lixo eletrônico. O festival conta com patrocínio da Oi, por meio da Lei de Incentivo à Cultura do DF, do Fundo de Apoio à Cultura do DF e apoio da Oi Futuro, Orloff, Passport Scotch, Ruas, eSuites Lakeside Brasília e CMA Advogados.

Para as oficinas, é necessário realizar inscrição, que estará disponível a partir do dia 25, no site www.favelasounds.com.br. Para os shows, é necessário retirar um ingresso sem custo também pelo site, na mesma data.

Serviço

Data: 14 a 19 de novembro
Hora: oficinas a partir das 14h | shows a patir das 18h
Local: Museu da República e regiões administrativas – Brasília/DF
Informações: (61) 99253-6952 | Facebook.com/favelasounds
Classificação Indicativa livre

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