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Cinema

Festival de Brasília: New Life S.A. aborda especulação imobiliária no DF

Arquivo Geral

16/09/2018 16h53

Divulgação

Beatriz Castilho
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Em New Life S.A. – Vida Nova S.A., em tradução livre -, o jovem arquiteto Augusto (Renan Rovida) acredita poder tornar realidade o título da trama. Sonhador, é ancorado por burocracias e conflitos do mundo corporativo, tratadas de forma satírica no primeiro longa-metragem de André Carvalheira. O filme é exibido na segunda noite da Mostra Competitiva, neste domingo, às 21h.

Entre ética, lucro, questões ambientais e corrupção, as cores frias e referências surrealistas na fotografia marcam o filme. Fotografia, aliás é a área na qual André consolidou sua carreira. “Diferentemente do que acontece quando um diretor quer terminar um título rapidamente para se lançar, o filme levou dois anos para ficar pronto – o que não é comum. Sou um diretor incomum porque minha produção é, mesmo, na fotografia”, explica André, em entrevista.

Tema universal

New Life S.A. foi totalmente rodado na capital federal, mas não possui referência direta à cidade. “(O longa) É filmado numa obra em construção, podendo se passar em qualquer outro lugar, já que a questão imobiliária não é só de Brasília, é um elemento universal”, ressalta Carvalheira.

A universalidade citada pelo diretor, aliás, fez com que o roteiro fosse selecionado para o Festival de Cinema de Guadalajara (México).

Brasiliense de Recife

MACHADO FILMES

André Carvalheira nasceu em Recife (Pernambuco), em 1971, mas veio para a capital ainda adolescente. Formado em Publicidade pela Universidade de Brasília, se especializou em Cinema, na École Supérieure d’Études Cinématographiques (Paris – França). Em 96, antes de todos os diplomas, iniciou carreira na sétima arte. Desde então focou sua criatividade em trabalhos como diretor fotográfico – assinando mais de 55 filmes, entre curtas e longas-metragens.

Dentre os títulos, é responsável pela fotografia de O Último Cine Drive-in (2014), de Iberê Carvalho, Rock Brasília – Era de Ouro (2011), de Vladimir Carvalho, e, o mais recente, Comeback (2016), de Érico Rassi.

Apesar de New Life S.A. ser seu primeiro longa como diretor, André se aventura na direção de curtas há mais tempo, como é o caso de Um Certo Esquecimento (2008), Dia de Folga (2006), Toda Brisa (2003), A Dança da Espera (2000) e Instante (2000).

Vivendo a sétima arte da cidade, o diretor vê potencial em terra candanga, mas lamenta a atual ausência de assinatura. “Compramos traços do cinema paulista, carioca, baiano… Isso por conta da formação da cidade. Mas a cara do nosso cinema vai nascer da nova geração, que vai criar o nosso jeito de fazer”, torce o cineasta.

Saiba mais

No domingo, antecedendo o representante brasiliense na Mostra Competitiva de longa-metragem, às 21h, é possível conferir dois mini-documentários. Liberdade (SP), de Pedro Nishi e Vinícius Silva; e Sempre Verei Cores No Seu Cinza (RJ), de Anabela Roque.

Antes disso, às 19h, acontece a Sessão Homenagem, trazendo Lance Maior (1968), de Sylvio Back, à telona. A ficção participou do II Festival de Brasília, em 1968, quando arrebatou a estatueta de Melhor Atriz para Irene Stefânia, além de Melhor Cartaz para Manoel Coelho.

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