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Cinema

Festival de Brasília: Começa maratona da sétima arte na capital federal

Arquivo Geral

14/09/2018 14h30

Atualizada 15/09/2018 14h43

Letícia Sabatella e Henrique Diaz, como mestres de cerimônias da abertura do festival (Crédito: Humberto Araujo/Festival de Brasília)

Beatriz Castilho
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Ele marca, tradicionalmente, a metade do eixinho sul e o nono mês do ano. O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro começa nesta sexta sua 51ª edição, a partir das 19h, no Cine Brasília. Seguindo edição comemorativa do cinquentenário celebrado em 2017, este ano os números não decepcionam – 10 dias de programação, 7 mostras e mais de 120 filmes. Além da vastidão, o festejo cinéfilo deste ano é marcado por novidades e democratização social, com recorde de participação feminina. Finalmente.

Como de praxe, a cerimônia de abertura do evento, só para convidados, conta com sessão Hors Concours. Seguindo o padrão de projeção de um curta e um longa, a exibição da noite conta com títulos que não concorrem no festival. Imaginário, de Cristiano Burlan (SP), feito apenas com imagens e sons de arquivo, abre a programação. Em seguida, é exibida a ficção Domingo (RJ), de Clara Linhart e Fellipe Barbosa. Inédito no Brasil, o longa teve estreia mundial em Veneza.

Domingo (RJ), de Clara Linhart e Fellipe Barbosa (Divulgação)

A trama carioca se passa em solo gaúcho, tendo no elenco nomes como Ítala Nandi, Camila Morgado, Augusto Madeira e Chay Suede. Interpretando uma das protagonistas, Ítala é também homenageada pelo Festival de Brasília deste ano, juntamente com Cristina Amaral, no prêmio intitulado Leila Diniz. Criada este ano, a medalha tem o intuito de prestigiar mulheres do cinema, referenciando a atriz que a batiza. “Leila ultrapassou o universo do cinema, influenciando a sociedade com a luta pelo lugar das mulheres”, explica Eduardo Valente, diretor artístico do evento, ao Jornal de Brasília.

Aliás, a celebração ao feminino vai além das homenagens. As produções têm 75% de equipe feminina, e 52,4% de mulheres na direção dos filmes (somados a 38,1% de homens e 9,5% de inscrições não-binárias). Para Eduardo, é um reflexo do olhar cuidadoso, porém natural, da curadoria. “Qualidade independe de gênero. A medida que tenham mais filmes e discussões, haverá mais inclusão”, resume.

Equidade de gênero
Sem critérios prévios, o diretor artístico compara a seleção brasiliense à curadoria do Festival de Cannes, que este ano adotou a medida 50/50, impondo equidade na mostra. “A cota ajuda só depois que o filme já está pronto, mas não adianta nada ter cota se não tem filme para apurar”, frisa. Assim, parecendo não querer formalizar a estrutura de equidade, o Festival de Brasília aumenta aos poucos o espaço da mulher.

Mantendo o equilíbrio em outras áreas, o 51º Festival de Brasília também democratiza o acesso à corrida do prêmio candango para além do Plano Piloto. Em sessões simultâneas, Riacho Fundo, São Sebastião, Sobradinho e Taguatinga recebem os títulos.

Competitiva

Dentre 724 inscritos, foram selecionados nove longas e 12 curtas para a mostra principal. “Tentamos fazer um retrato do que vimos de mais potente no cinema produzido no ano, sem excluir tendências e vanguardas”, diz Valente. Representando diversos cantos do País, ele aponta a amplitude de temáticas e pesos sociais como protagonistas com características em comum.

Competem New Life S.A., de André Carvalheira, destacando a presença brasiliense na competição; A Sombra do Pai, de Gabriela Amaral Almeida, Bixa Travesty, de Claudia Priscilla e Kiko Goifman, e Los Silencios, de Beatriz Seigner (uma co-produção Brasil, Colômbia e França) – tomando espaço paulista -; Luna, de Cris Azzi, e Temporada, de André Novais Oliveira, mineiros; Bloqueio, de Quentin Delaroche e Victória Álvares (PE); Ilha, de Ary Rosa e Glenda Nicácio (BA); e Torre Das Donzelas, de Susanna Lira (RJ).

Quanto à expectativa, Valente destaca: “Brasília sempre marcou pelas discussões. O festival acontece na capital política, a 15 dias de uma eleição complexa”. “Não sei o que esperar”, finaliza.

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