“Se fosse na sua família, o que você faria?”, questiona a dona-de-casa Patrícia Filgueira, mãe de Sabrina, uma das cinco personagens trazidas pelo filme Salvo Conduto, da diretora Fernanda Carvalho. A menina, de 12 anos, tem epilepsia e autismo e encontrou no canabidiol uma esperança para aliviar intensas crises convulsivas. A substância é extraída da Cannabis sativa – que, fumada, é maconha.

O documentário, que estreia nesta sexta-feira (7), propõe uma discussão sobre os embates jurídicos e burocráticos para que pacientes consigam acesso ao medicamento. Pais e mães desafiam, inclusive, o risco de prisão para cultivar o vegetal e oferecer a seus filhos a chance de ter mais qualidade de vida. Embora tenha mostrado resultados promissores, ele ainda não é plenamente autorizado.

Além das famílias, especialistas de diferentes áreas foram convidados a debater alternativas. No Brasil, alguns casos já têm autorização judicial para o cultivo da planta. Para outros, resta lutar pelo fornecimento da medicação pelo governo ou arcar com os altos custos da importação. Mas o que todas as histórias têm em comum é uma saga incansável para que esse tipo de terapia seja reconhecido e respeitado.

Salvo Conduto é o segundo curta-metragem de Fernanda Carvalho. O primeiro, Allice, percorreu festivais no Canadá, China, Coreia e Índia. Formada em Artes Visuais, ela acumula prêmios no currículo e uma trajetória de filmes publicitários, clipes e websérie, entre outros trabalhos.

Para a cineasta, a polêmica em torno do canabidiol é reflexo do conservadorismo presente na sociedade. “O objetivo é sensibilizar e trazer informação às pessoas. É necessário que exista a liberação para o cultivo. É uma questão de vida ou morte”, opina.

Estreia do filme ‘Salvo Conduto’
Data: 07/12/2018 (Sexta-feira)
Horário: 22h
Local: Cine Brasília – EQS 106/107, Asa Sul