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Retrospectiva 2018. Favela Sounds: Dando voz à cultura periférica tupiniquim

Arquivo Geral

07/01/2019 7h00

Pepita no palco do Favela Sounds (Crédito: Divulgação)

Beatriz Castilho
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Vestindo como temática o movimento do afrofuturismo, nascido na década de 1960, a terceira edição do Favela Sounds — Festival Internacional de Cultura de Periferia teve como proposta, mais uma vez, dar voz à cultura periférica. Com entrada gratuita, a festividade promoveu uma maratona de resistência na praça do Museu da República, em novembro, alcançando, ao todo, público de mais de 30 mil pessoas.

Em dois dias de shows, 25 atrações passaram pelo evento. Entre nomes da Bahia, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, São Paulo, Sergipe e Rio de Janeiro, a veia cultural candanga não ficou de lado.

Estrela brasiliense e nascente do R&B nacional, Hodari abriu a programação musical da festa. Com apenas duas canções lançadas – Teu Popô e Netflix—, o cantor apresentou um show que mesclava os hits a sons inéditos, em um set de sonoridade híbrida.

A diversidade de sons, aliás, pautou todo o Favela. Carregando rap, R&B e funk como maior parte do line-up, passaram pelo palco nomes como Flora Matos, Drik Barbosa, Rico Dalasam, Preta Rara, Don L, Fabriccio, Deize Tigrona, Pepita e Kashuu. Além disso, Keila, MC Tocha, Pernambuco, La Furia, MC Tha, Bia Ferreira, Yourubeat, Marfox e Forró Red Light representaram outras vertentes, que foram desde o brega ao eletrônico.

Ativismo nas escolas

A extensão do evento, porém, não ficou apenas na parcela musical, levando a programação para escolas públicas do DF. A rapper e ativista Preta Rara, que se apresentou no primeiro dia de shows, passou por escolas de Sobradinho e Riacho Fundo II para uma mesa de debate intitulada “Rap é compromisso – Rima e identidade”. Já Rene Silva conversou com os alunos do Núcleo Bandeirante, sobre “Notícias da favela para a favela – Como o jornal Voz das Comunidades ganhou o mundo”. Ao todo, foram mais de 1,2 mil participantes.

Para fechar com chave de ouro, o Favela Sounds aterrissou no centro do Rio, em versão pocket, em dezembro. Em formato reduzido e com shows de 50 minutos, o minifestival contou com show do trio de rap feminino Abronca, que chamou para dividir o palco a funkeira carioca Deize Tigrona e a rapper brasiliense Thabata Lorena.

Depois de longa pausa, Rouge volta com formação original

Após hiato de 11 anos, a maior girl band brasileira subiu aos palcos. Formado por Aline Wirley, Fantine Thó, Karin Hils, Li Martins e Lu Andrade, o quinteto Rouge se lançou, ainda no final de 2017, em uma série de shows nostálgicos, batizada Chá da Rouge. A nostalgia de sucessos que estouraram no início dos anos 2000 preparou o público para a retomada de carreira do quinteto.

A nova música era Bailando, lançada no início do mês. Já no segundo semestre, as donas do hit Ragatanga surpreenderam os fãs com Dona da Minha Vida, single de abordagem feminista sobre empoderamento feminino. A música, assim como a faixa de (re)estreia, alcançou o topo das plataformas de streaming em poucas horas.

Simone sem Simaria

Depois de pausas e retomadas de uma das duplas sertanejas mais queridas do País, Simaria reiterou, em setembro, o hiato na parceria com a irmã, Simone. Tudo começou em abril, quando a cantora foi diagnosticada com tuberculose ganglionar. Assim, até agosto, a parceira mantinha a turnê da dupla em apresentações individuais. Após três meses longe dos palcos e das redes sociais, Simaria anunciou uma volta aos trabalhos, que durou pouco. Em 17 de setembro, a artista decidiu estender o afastamento para retomar o tratamento.

Gravado em novembro, o Show da Virada da Globo marcou o retorno aos palcos de Simaria. “Tivemos um ano muito bom, mas de muito aprendizado com tudo o que vivemos com a saúde da Simaria. Aprendemos que o mais importante da vida é trabalhar com qualidade”, afirmou Simone. A dupla diminuiu o ritmo de shows.

Vittar em lista da Billboard

Um ano e meio depois do lançamento de Vai Passar Mal (2017), a drag queen Pabllo Vittar, 24, estreou Não Para Não (2018), segundo álbum da carreira. O trabalho apresenta um misto de sonoridades — que vão desde axé e forró, passando pelo tecnobrega e cumbia, até o k-pop. Com 10 faixas, o disco de Vittar perpassa temáticas de relacionamentos, amor e superação. No repertório, o hit Problema Seu, que conta com mais de 60 milhões de views no YouTube, e Disk Me. Ludmilla e Dilsinho marcam participações especiais.

No fim de 2018, a revista norte-americana Billboard colocou Problema Seu em sua seleta lista anual de hits. A música figura entre as “50 canções estelares de artistas LGBT que você pode ter perdido em 2018 (mas não deveria)”. A lista conta com artistas lésbicas, gays, travestis, transexuais e transgêneros espalhados pelo mundo.

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