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Comemorando 30 anos de trajetória, Cia. dos Atores segue em cartaz no CCBB com o espetáculo Insetos

Arquivo Geral

24/05/2018 15h36

Guga Melgar/Divulgação

Da Redação
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Comemorando 30 anos de trajetória, a Cia. dos Atores segue em cartaz com Insetos, no Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília. A montagem traz uma reflexão pertinente sobre as questões sociais e políticas contemporâneas utilizando as relações encontradas na natureza. Com texto original de Jô Bilac adaptado pela trupe carioca e pelo diretor Rodrigo Portella, a montagem traz quatro fundadores da companhia no elenco: Cesar Augusto, Marcelo Olinto, Susana Ribeiro e Gustavo Gasparani. A temporada segue até o dia 10 de junho, com sessões de quinta a domingo.

Repetindo aqui a parceria com a Cia. dos Atores após o sucesso de Conselho de Classe (2014), Jô Bilac propôs dar voz aos insetos para este novo espetáculo do grupo. São 12 quadros que se entrelaçam formando a narrativa, na qual o autor fala sobre medo e manipulação. Como uma fábula, o texto traça paralelos entre a natureza e questões políticas e sociais da atualidade – evocando comportamentos coletivos e individuais que vão sendo revelados na voz de diferentes insetos: cigarra, gafanhoto, barata, louva-a-deus, besouro, mariposa, borboleta, mosquito, cupim e formiga, entre outros.

Em cena, uma situação de êxodo gera um desequilíbrio imenso na natureza. Há escassez, tirania e guerra. O colapso está instaurado. Os gafanhotos tentam destruir tudo, mas se veem diante de uma nova ordem imposta pelo louva-a-deus. Nesse universo, o olhar sobre o humano ganha uma nova perspectiva, atravessada pela realidade dos insetos. “O Jô usa os insetos na dramaturgia em analogia com personagens da nossa história, situações que estamos vivendo atualmente. Temos figuras do poder, estratos sociais, mas sem uma nomeação direta”, explica Susana Ribeiro. “Queremos usar desequilíbrios da natureza como espelho da sociedade”, comenta Cesar Augusto.

Com cenário de Beli Araújo e Cesar Augusto o espaço é ocupado por pneus, que criam diferentes quadros para as cenas. Os figurinos de Marcelo Olinto trazem referências ao universo dos insetos – como asas e antenas – mas não são a representação fiel desses bichos. “Essa peça me permite trabalhar o lugar do atrito entre o cômico e o trágico, refletido no estado de guerra proposto pelo texto. Trabalhamos entre o universo microscópico e invisível dos insetos e o nosso universo”, diz Rodrigo Portella.

Para a companhia, o espetáculo é também uma celebração. “Em cena, temos 30 anos de convívio. Nos conhecemos bastante e já sabemos o que esperar do outro. Temos muito menos atrito. Olhamos um para o outro em cena e nos reconhecemos”, diz Gustavo Gasparani. “Acho que uma palavra que nos definiria seria inquietação. E uma das coisas boas é que nos colocamos o desafio de trabalhar com pessoas novas, como o Rodrigo (Portella), que é de outra geração. Essa inquietação e essa disponibilidade para o novo nos acompanha desde 1988”, completa Marcelo Olinto.

 

Serviço:

Em cartaz até 10 de junho
Horários: quinta a domingo, às 20h. Sábado, sessões duplas às 18h e 20h
Ingressos: R$ 20
Informações: culturabancodobrasil.com.br/portal/insetos
Não recomendado para menores de 14 anos

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