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Cinema

Cinema: Drama Berenice Procura traz temas atuais e urgentes

Arquivo Geral

28/06/2018 17h56

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Michel Toronaga
Do Cine61, especial para o JBr.

Enquanto o País comemora a possibilidade de ser campeão na Copa do Mundo, um triste ranking liderado pelo Brasil envergonha: nenhum outro lugar do planeta assassina mais travestis e transgêneros. A violenta temática é o que move o longa-metragem Berenice Procura, dirigido por Allan Fiterman. O cineasta tem uma vasta experiência na televisão, tendo dirigido séries e novelas como Haja Coração, Cheias de Charme, O Astro e Ciranda de Pedra – todas da Rede Globo.

Com um roteiro baseado no romance homônimo de Luiz Alfredo Garcia-Roza (o mesmo autor de Achados e Perdidos), o filme acompanha a atarefada vida da taxista Berenice (Cláudia Abreu). Presa num casamento decadente com um repórter policial machista (Eduardo Moscovis), ela trabalha muito e tem clientes fixos.

A trama também foca no filho de Berenice: Thiago (Caio Manhente). O adolescente frequenta uma boate que faz shows com travestis e drag queens. A casa é comandada com mãos de ferro por Greta (Vera Holtz), que só pensa em ganhar dinheiro. Ela usa e abusa do talento das garotas para promover uma programação noturna na boate.

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Uma das estrelas do local é Isabelle (Valentina Sampaio, que estreia no cinema). Valentina, aliás, que ficou conhecida por ser a primeira mulher transgênero a estampar a capa da revista Vogue. Na trama, a personagem é vítima de um crime brutal. E é justamente a morte dela que faz com que a taxista Berenice inicie uma investigação.
A motivação da protagonista vai além da curiosidade. A protagonista quer se aproximar mais do filho, cuja sexualidade até então ela desconhecia por causa da extensa jornada de trabalho. Em paralelo ao trabalho da polícia, ela tenta encontrar o culpado, num processo que mudará muita coisa em sua vida.

Vendido como suspense, o filme funciona mais como drama. Berenice é uma personagem muito rica, que vive conflitos na vida conjugal enquanto procura a própria independência. Temas atuais e urgentes como  homofobia e o descaso com as minorias estão presentes. O resultado é um filme interessante, que teria potencial para ser ainda melhor. O final é um tanto simples, mas não apaga os bons momentos que o antecedem.

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