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Cena Contemporânea: direito das minorias nos palcos

Arquivo Geral

21/08/2018 7h00

Atualizada 20/08/2018 21h35

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Beatriz Castilho
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Era 1999. Candango, tomou a capital como palco, deixando o solo diplomata permear sua assinatura. Entre o aniversário de maioridade e a totalização de duas décadas de vida, o 19ª ano do Cena Contemporânea não passa despercebido. Trazendo um total de 30 espetáculos – 7 internacionais, 14 nacionais e 9 locais -, o maior festival de teatro da cidade dá início hoje a 13 dias de erupção cênica.

Seguindo a linha das últimas edições, o viés social do evento é um dos pontos altos. Alaôr Rosa explica que a curadoria seguiu duas hashtags: #preconceitozero, criada em 2017; e #dequeladovocêestá, inaugurada este ano. “É um festival que fala de direitos de minorias. Direitos que estão na constituinte, mas quase nunca são garantidos ao cidadão”, destaca o curador.

Produções do Amazonas, Bahia, Ceará, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo dividem a programação com espetáculos gringos e montagens do Distrito Federal.

Dentre as produções internacionais estão Argentina, Chile e México, representados, respectivamente, por Shakespeare Inédito, Casco Azul, Lo Único que Necesita una Actriz e Tijuana. Espanha traz Alicia Después de Alícia e Jardín de Invierno.

Os espetáculos se revezam em diferentes cantos do quadradinho: Teatro 1 do Centro Cultural Banco do Brasil (Setor de Clubes Esportivos Sul), Teatro Funarte Plínio Marcos, Teatro Sesc Garagem, Teatro dos Bancários, Auditório do Museu Nacional da República, Sala Adolfo Celi da Casa D’Itália, Teatro Sesc Paulo Autran Taguatinga, Teatro Sesc Newton Rossi Ceilândia, Teatro Sesc Paulo Gracindo Gama, Esplanada dos Ministérios, Praça do Relógio (Taguatinga), áreas públicas de Itapoã, São Sebastião, Recanto das Emas e asilos.

Para conferir a programação completa, acesse cenacontemporanea.com.br/2018.

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Mulheres falando de mulheres

Na performance Ouvidoria (RS), Luciana Paz faz da cidade seu palco, convidando caminhantes à fala. “Um artista sempre diz algo, e eu parto do desejo de suspender essa ideia e me colocar como ouvinte”, conta a gaúcha. Desenvolvida em 2012, a peça desconstrói o formato tradicional da arte cênica.

“Não existem espectadores, eles também vivem a experiência. É uma performance para ser vivida, e não vista”. Ocupando a Esplanada dos Ministérios, a obra inaugura a programação do festival, hoje, às 12h. Geralmente apresentada como solo, a obra de Luciana vai contar com 30 brasilienses em cena.

Copo de Leite (DF), da Cia. (Ex) Ordinária de Teatro, é um dos destaques da cidade. “É importante ter mulheres em cena. É a gente falando da gente, querendo propor debates”, conta Gabriela Correa, que atua ao lado de Lucélia Freire.

As atrizes dividem o palco em um cenário minimalista, guiado por cores claras, dando destaque ao texto e à uma escultura de vaca. “Queríamos um bicho que representasse força e fertilidade”, conta.

Para Gabriela, participar do Cena é uma oportunidade de representar o teatro brasiliense. “Ter um espaço que proporciona espaço é muito legal, coloca muita coisa para movimentar. É uma forma de manter o coração batendo”, finaliza a atriz.

Serviço
19ª Cena Contemporânea

De hoje a 2 de setembro. Para conferir programação completa, com locais, horários e classificações indicativas, acesse: cenacontemporanea.com.br/2018/. Ingressos: www.eventim.com.br. Mais informações: 3349-3937.

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