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Cena Contemporânea: 13 dias para se respirar teatro na capital

Arquivo Geral

23/08/2016 7h00

Atualizada 22/08/2016 22h24

De Carne e Concreto (DF) mistura dança e artes visuais na Galeria Athos Bulcão, nos dias 30 e 31 de agosto. Foto: Mila Petrillo/Divulgação

Larissa Galli
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Oito espetáculos internacionais, sendo quatro inéditos no País, 14 nacionais e oito do Distrito Federal ocupam as principais salas de teatro e espaços alternativos da capital a partir de hoje. É a 17ª edição do Festival Cena Contemporânea, que vai até dia 4 de setembro, com espetáculos da América Latina, Europa e Brasil.

Em 2016, o festival ocupa palcos pouco tradicionais e alcança outras cidades do DF, além do Plano Piloto, como Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Estrutural e Varjão. Além das tradicionais casas de espetáculo, o evento invade palcos inusitados, como galpões, museus, casas, galerias, boates e barco. Serão 13 dias dedicados à festa do teatro, com apresentações, oficinas e debates.

Entre as companhias e artistas internacionais estão o grupo Circolando, de Portugal, o criador uruguaio Gabriel Calderón e o chileno Jaime Lorca, além de criações da França, Espanha e Argentina. Os espetáculos brasileiros são produzidos por companhias do Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Ceará, Goiás, Paraná e do próprio Distrito Federal. A abertura fica por conta do espetáculo argentino La Wagner, encenado às 21h, na Caixa Cultural (Setor Bancário Sul).

As apresentações exploram conflitos familiares, definições de gênero, formas e formatos do amor, promovendo um diálogo entre a tecnologia e as diferentes linguagens artísticas em temas contemporâneos como incomunicabilidade, solidão e afirmação de identidades. “A peça que abre o festival discursa sobre a violência contra a mulher que persiste até hoje. Mesmo com algumas conquistas, ainda há uma defasagem no respeito à individualidade das mulheres, e a gente quer provocar uma reflexão”, explica o curador Alaor Rosa.

De Brasília
Gisele Rodrigues divide com Édi Oliveira e Kênia Dias a criação e direção do espetáculo brasiliense Fio a fio, um teatro-dança que fala sobre o processo de envelhecer. Apesar de não narrar uma história e apresentar apenas um pequeno texto durante a peça, o diálogo corporal toma conta do espetáculo. “Fio a Fio trata de um casal que envelhece junto, em um relacionamento com profunda afetividade. Mostra o processo do envelhecimento, de conquistar algumas coisas e perder outras, como a própria habilidade corporal”, conta Gisele, que interpreta a mulher do casal na peça, contracenando com Édi Oliveira.

O espetáculo é encenado no dia 1º de setembro, no Sesc Garagem; e no dia 2, no Sesc Taguatinga, sempre às 20h.

Com a proposta de explorar a condição urbana e a relação do corpo com a cidade, a diretora e coreógrafa Luciana Lara criou, junto com os oito bailarinos da brasilense Anti Status Quo Companhia de Dança, o espetáculo De Carne e Concreto – Uma Instalação Coreográfica, resultado de uma pesquisa sobre corpo e cidade que vem sendo desenvolvida desde 2003 pelos artistas. “A nossa ideia é recriar a experiência sensorial de estar na cidade, como as pessoas se sentem, se percebem e se comportam nos centro urbanos”, diz Luciana.

Situado na fronteira entre a performance, as artes visuais e a dança contemporânea, e caraterizado pelo movimento do corpo, sem narração, o espetáculo foi pensado para ser apresentado na Galeria Athos Bulcão, sem a divisão entre palco e plateia. “O público pode participar da peça para provocar uma discussão maior ainda sobre a condição sensorial urbana de compartilhar o mesmo espaço com tanta gente. Por isso chamamos de instalação, o espaço é parte do trabalho”, destaca.

As apresentações acontecem na Galeria Athos Bulcão nos dias 30 e 31 de agosto, às 21h.

Serviço:

Cena Contemporânea

De hoje a 4 de setembro.

Locais: Funarte, Caixa Cultural, Sesc, Galeria Athos Bulcão, Museu Nacional (auditórios e mezanino) e espaços alternativos.

Horários: 19h, 20h, 21h e 22h.

Ingressos: R$ 20. Informações: cenacontemporanea.com.br.

A classificação indicativa varia de acordo com o espetáculo.

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