Larissa Galli
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Letras que mexem com o pensamento e ritmos que mexem com o corpo. É isso que o primeiro disco solo de Rafael Ops, ou somente Ops, traz. O álbum Não Tá Tudo Bem expõe uma visão panorâmica da realidade não só brasileira, mas mundial, refletida pelo crescimento do conservadorismo nos últimos anos. O show de lançamento do disco acontece sexta-feira (27), no Teatro Dulcina (Setor de Diversões Sul), a partir das 21h.
Ops trata do consumismo, da apatia, do aquecimento global e até da intolerância religiosa. “Não tinha como meu primeiro disco não ser sobre esse temas. A gente tem uma obrigação de falar sobre isso no nosso trabalho”, justifica. Ele canta sobre tudo isso em ritmos dançantes, com influência da sua carreira de DJ, no coletivo Criolina, e da cultura africana. “A maioria das músicas de protesto passam pela dança, como o samba e os ritmos angolanos, como o Zouk, o Kizomba e o Kuduro”, explica.
As letras são fortes, políticas, pesadas e até tristes, mas com o objetivo de provocar reflexão. Conhecido na cena brasiliense por seu trabalho como DJ e produtor cultural no Criolina, agora ele investe na carreira solo, sem deixar de lado as influências dessa trajetória. “Eu vejo a inserção de letras na minha música como uma evolução do trabalho eletrônico”, conta. “Eu me sentia incompleto por não tratar de temas mais relevantes e só fazer a alegria da galera”, revela, ao JBr.
De acordo com Ops, Não Tá Tudo Bem traz muitas referências das experiências do artista no passado. “Esse disco trouxe de volta o início da carreira de músico, na cena do indie rock no início dos anos 2000, e também um pouco do ator que existe em mim”, conta o músico, que é formado em Artes Cênicas pela Universidade de Brasília. “É uma grande fusão de tudo que eu aprendi no coletivo Criolina, com o que vivi nas bandas de rock”, completa.
O disco segue uma estética de quem “construiu tudo sozinho no computador”, afirma Ops. Na apresentação de sexta-feira, o cantor estará acompanhado de banda, formada por membros das também brasilienses Scalene e Móveis Coloniais de Acaju. O show também conta com a abertura das bandas Zé Krishna e Amigos Eternos.
SERVIÇO
Sexta-feira, às 21h, no Teatro Dulcina (Setor de Diversões Sul). Ingressos antecipados: R$ 25. Informações: 99578-8013. Não recomendado para menores de 18 anos.
Não Tá Tudo Bem está disponível em todas as plataformas de streaming. Ouça no Spotify, Deezer, Apple Music ou Youtube.