Ícaro Andrade
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Ele estão de volta após duas décadas. Alceu Valença, Elba Ramalho e Geraldo Azevedo chegam a Brasília hoje, com O Grande Encontro, um show especial em comemoração aos 20 anos de um dos espetáculos mais aclamados da música brasileira. Com sentida ausência de Zé Ramalho, a turnê nacional, que já passou pelo Rio de Janeiro e teve DVD gravado em São Paulo, marca também os 40 anos de amizade destes grandes artistas nordestinos. A apresentação acontece no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, às 21h.
O Grande Encontro 2016 está repleto de novidades. O show é carregado de sonoridade elétrica e percussiva, o que aprimora o formato original acústico, já visto nas edições anteriores. Entre trio, duetos e momentos solos, eles relembram, no palco, clássicos que não poderiam deixar de faltar, como Anunciação, Banho de Cheiro, Dia Branco, Morena Tropicana, Belle de Jour, Despedida, Bicho de Sete Cabeças, Táxi Lunar, entre outras canções que marcaram várias gerações.
O espetáculo traz ainda músicas inéditas, como Só Depois de Muito Amor, uma composição do poeta Abel Silva, interpretada por Geraldo Azevedo. Além de Ciranda da Traição, de Alceu Valença, cantada pelo trio, e Sangrando, de Gonzaguinha, que ganha vida na voz da paraibana Elba Ramalho.
Zé Ramalho pode não subir ao palco, mas está presente por meio de sua música, em parceria nas canções Frevo Mulher, Chão de Giz e Táxi Lunar.
Como tudo começou
Em entrevista ao Jornal de Brasília, os artistas falaram sobre o surgimento do projeto, em 1996, da emoção do reencontro no palco e da afinidade pessoal e musical que os três carregam até hoje.
Geraldo Azevedo explica que o espetáculo surgiu de um projeto musical que tinha com Zé Ramalho. “Durante um show no Rio de Janeiro, Alceu e Elba, estavam presentes na plateia. Anunciei a presença do dois ao público, que, aos gritos, pediu que eles subissem no palco. Foi lindo, muito emocionante. Naquela mesma noite, meu produtor sugeriu um show com os quatro juntos. Topamos! Era o início de um grande sucesso”, relembra, com carinho, o pernambucano.
Parceria, amizade e cumplicidade
Sobre dar continuidade ao projeto após tantos anos, Alceu Valença diz que a força vem da maneira fiel e absoluta com que os artistas vivenciam a experiência juntos. “Geraldo é meu parceiro e compadre, um dos maiores incentivadores da minha música desde sempre. Elba é uma amiga querida, companheira de geração e de arte. Estar no palco com Elba e Geraldinho é como cantar em casa, numa sala de reboco ou de visitas” brinca o pernambucano.
Ao falar do público de Brasília, Alceu explica que tem uma relação muito forte com a cidade, iniciada nos anos 1980, quando o artista escreveu, ao lado do compositor Carlos Fernando, a canção Plano Piloto, gravada com Luiz Gonzaga. Tempos depois, compôs Te Amo Brasília, na qual se declara à cidade. “Já cantei em teatros, ginásios e estádios, mas também em locais menores, voltados à população nordestina que vive na capital. O público de Brasília é uma síntese do Brasil, e um dos que mais me contagia”, elogia.
Emoção
Elba faz questão de dizer que a emoção sentida no primeiro show, em 1995, continua a mesma. “É sempre muito emocionante. É uma alegria dividir o palco com estes homens maravilhosos, mestres da canção brasileira”, ressalta.
A cantora pontua sua relação com os dois grandes amigos: “Eu e Geraldo temos um casamento artístico. Ele fez a trilha sonora da primeira peça em que participei como atriz, no Rio. Compôs músicas para mim, como Canta Coração, Bicho de 7 Cabeças e Canção da Despedida. Já Alceu é um grande amigo, um compositor genial que me deu outro dos meus maiores sucessos, Ciranda da Rosa Vermelha. Aprendemos uns com os outros e mostramos uma fatia poderosa da nossa cultura”, finaliza a cantora.
Serviço:
O Grande Encontro
Hoje, a partir das 21h. No Centro de Convenções Ulysses Guimarães (Eixo Monumental). Ingressos a partir de R$ 80. Informações: (62) 98538-6770. Não recomendado para menores de 18 anos.
