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Brasília

Agência Mundial contesta controle de doping durante o Pan do Rio de Janeiro

Arquivo Geral

05/12/2007 0h00

Atualizada 18/05/2019 12h35

Um relatório da Wada (Agência Mundial Antidoping) coloca em xeque os controles antidoping realizados nos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro, realizados no último mês de julho, de acordo com o jornal Folha de São Paulo. Uma equipe de quatro observadores independentes acompanhou o evento e constatou, entre vários equívocos, despreparo de pessoal, irregularidade na coleta e erro de procedimento no laboratório.

A revelação deste relatório acontece justamente no período de maior ebulição com casos de doping por todo o mundo e um em especial no Brasil – o da nadadora Rebeca Gusmão, que é investigado até pela polícia.

Um dos problemas, segundo o grupo, aconteceu com os responsáveis pelo antidoping. Muitos dos oficiais de controle tinham pouca ou nenhuma experiência na condução de uma sessão de coleta de amostra. Com isso, alguns destes oficiais, por exemplo, colocavam o código de barras do exame (que vai identificá-lo até o fim do processo) só na primeira via do formulário, pediam a assinatura do atleta e o dispensavam em seguida sem etiquetar as outras vias.

Outro equívoco relevante constatado foi a identificação da prova disputada pelo atleta, além do gênero, nos esportes aquáticos. Isso até gerou reclamações, ignoradas, da natação dos Estados Unidos, já que com esse dado seria muito fácil identificar os donos das amostras de urina, o que violaria o princípio do anonimato.

“Achei bom o relatório. É claro que, em 1.300 amostras, não espere que tudo ocorra direitinho”, disse o médico Eduardo De Rose, coordenador do antidoping do Pan. “No Brasil, há de 25 a 30 oficiais antidoping em diversas cidades. Levá-los ao Rio seria uma despesa muito grande. Por isso muitos não tinham tanta experiência”.

Um local pequeno, com problemas de estrutura e operações, também gerou dificuldades. No entanto, para Francisco Radler, coordenador do Ladetec – laboratório do Rio credenciado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) -, isso não afetou a qualidade dos resultados.

“Em 2004, ainda tínhamos a ilusão de que seria possível construir novo laboratório, mas isso não ocorreu. Assim, o laboratório improvisou como pôde e teve que implementar aspectos logísticos e de controle da qualidade adicionais”, afirmou Radler.

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