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Brasília

Água e comida: voluntários ajudam caminhoneiros em protestos no DF

Arquivo Geral

24/05/2018 17h00

Cléber Fontana distribuiu marmitas aos caminhoneiros na BR-060

Ana Clara Arantes
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Pessoas de várias partes do País têm se sensibilizado com a situação dos caminhoneiros, que estão paralisados em protesto contra o preço do combustível. O apoio chega por meio das redes sociais e também em forma de doação. É o caso do caminhoneiro Cléber Fontana, de 53 anos. Ele decidiu distribuir marmitas para a categoria que está parada nas rodovias que cortam o Distrito Federal.

Nesta quinta-feira (24), foram entregues 150 marmitas no horário do almoço na BR-060, na altura do Engenho das Lajes. Para a noite, Cléber está programando distribuir 100 litros de sopa para os caminhoneiros.

“Decidi ajudá-los porque eles estão na beira da estrada, sem acesso a comida e água. Também sou do ramo e por isso resolvi fazer marmitas com meu irmão e alguns amigos”, explica.

Para o caminhoneiro, a classe está lutando pelo Brasil: O preço do combustível é abusivo, os impostos também. Temos que ajudar”, afirma.

Com a ajuda de amigos que auxiliam na “vaquinha”, a ação está ganhando força. Uma publicação em rede social está mobilizando os cidadãos que estão doando alimentos.

Relatos
Enquanto Cléber entregava as marmitas no início desta tarde, ele escutou relatos dos caminhoneiros que asseguram estarem preparados para manter a paralisação pelo tempo que for necessário.

“Os caminhões estão sem condições de rodar. Eles dizem que ninguém consegue mais trabalhar. O frete não sobe e o diesel aumenta com frequência. É difícil continuar na estrada”, argumenta.

Segundo o caminhoneiro, em torno de 65% do valor do frete vai para o tanque. “Se o caminhão estourar um pneu, não tem condições de chegar a seu destino. É complicado”, reclama.

Doações do exterior
Leonardo Almeida, 41, é caminhoneiro na Europa e também abraçou a causa. Ele mora em Valência, na Espanha, há 20 anos. Segundo seu pai, Eurípedes Vaz, 67, aposentado, Leonardo pediu para que ele comprasse mantimentos para os caminhoneiros em seu nome. Eurípedes entregou alimentos para os manifestantes que estão no Centro de Distribuição da Petrobras, no SIA. “Meu filho me emocionou quando me fez esse pedido”, disse.

Eurípedes Vaz. Foto: Breno Esaki/Jornal de Brasília

“Mesmo de longe, eu apoio a causa dos caminhoneiros brasileiros. A luta não é fácil. Meus amigos caminhoneiros da Europa também estão apoiando o movimento. Fiz doações para Brasília, Goiás e Minas Gerais”, declara Leonardo.

O homem ainda deixa um recado para os companheiros da classe: “Queremos ver vocês conquistando o objetivo de vocês, que também é nosso. Vocês não estão sozinhos”, conclui.

Apoio
O motorista da Uber Fernando Silva, 24, também tem ajudado na doação de suprimentos para os manifestantes localizados em frente à base da Petrobras, no SIA. “Eu e mais nove motoristas estamos dando suporte momentâneo com R$ 1 mil , entre bebidas, marmitas e lanches”, conta.

*Colaboraram Matheus Venzi e Pedro Marra

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