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Brasília

Vídeo. Polícia encontra ossada de mulher morta pelo ex no DF

Arquivo Geral

11/12/2018 9h01

PCDF/Divulgação

A Polícia Civil do Distrito Federal encontrou o corpo de Franciele da Silva Moreira, assassinada pelo ex-companheiro no dia 4 de dezembro de 2016. Os restos mortais da jovem de 22 anos foram achados em uma área rural de Brazlândia, na noite dessa segunda-feira (10). Neste mesmo dia, a PCDF prendeu o acusado Cláudio da Silva Rosa, 43 anos, e o filho dele, Wilker da Silva Rosa, de 24.

Foi durante depoimento à polícia que Cláudio Rosa finalmente revelou onde havia enterrado o corpo da vítima. Segundo informações dos peritos, o corpo foi enterrado de bruços, em uma área de cerrado, localizada em Brazlândia. Os investigadores usaram técnicas de arqueologia para definir, com precisão, a posição da ossada e das cordas encontradas no local.

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Feminicídio: ‘Como ele a sustentava, achava que a mulher era propriedade dele’

Por meio da exumação da ossada, os especialistas irão determinar a identidade do cadáver, com técnicas específicas e exames antropológicos, odontológicos e, caso necessário, genéticos. Outros exames complementares serão realizados no Instituto Médico Legal (IML), como tomografia da ossada e testes laboratoriais.

“A perícia realizada irá fornecer subsídios à investigação, pois pretende-se, com esse trabalho, determinar as causas e circunstâncias da morte e o cálculo do tempo em que ocorreu, ou mesmo se a vítima foi morta no local, enterrada viva ou não”, conta o médico-legista Malthus Galvão.

Segundo o médico-legista, a confirmação da identidade da ossada poderá ser determinada a qualquer momento. “Vai depender das informações repassadas pela família ou conhecidos da vítima, seja por meio de fotos públicas, fotos pessoais e ou exames da arcada dentária de Franciele. Porém, o resultado dos laudos estará pronto em até 30 dias”, finaliza.

Homem ciumento

A definição do delegado Adval Cardoso de Matos sobre Cláudio Rosa é de um homem extremamente ciumento. Segundo o delegado-chefe da 18ª DP, Franciele manteve um relacionamento com o acusado durante quatro anos, e havia rompido com ele pouco antes do ocorrido. Por não aceitar a decisão da jovem, o vigilante a matou.

“Como ele a sustentava, achava que Franciele era propriedade dele. Criava perfil falso no Facebook para acompanhá-la, enviava outras pessoas para observá-la durante o dia. Era doente”, constata.

Matos explica que Franciele havia terminado o relacionamento devido a recorrentes ações agressivas de Cláudio. A jovem teve que abandonar o emprego em um atacadão em Taguatinga por conta de uma crise ciúme do então companheiro. “Ele fez um escândalo no supermercado. Ameaçou funcionários porque ela tinha feito amizade com eles”, disse.

O assassino teve a ajuda do filho, o comerciante Wilker da Silva Rosa, 24 anos, para concretizar o crime. O delegado conta que Cláudio chamou Franciele para um encontro na chácara, afirmando que queria reatar o relacionamento. No entanto, tudo já havia sido planejado. Após discussões, o vigilante e Wilker asfixiaram a jovem e a levaram em um carro rumo ao Poço Azul, área rural de Brazlândia, para enterrá-la.

Franciele havia chegado à chácara de motocicleta. Segundo a polícia, veículo teria sido enterrado junto ao corpo da vítima – embora até agora nada tenha sido encontrado. De acordo com o delegado,  Wilker era bastante próximo ao pai, mas tinha raiva de Franciele por ela ter sido o pivô da separação dos pais, que ficaram casados por cerca de 30 anos.

Premeditação

Cláudio também é acusado de falsidade ideológica. Antes de cometer o feminicídio, o vigilante habilitou dois números de telefone de terceiros para conversar com Wilker e planejar o assassinato. “Foi totalmente premeditado porque ele habilitou estes dois números antes do crime e foi uma forma de desviar o foco das investigações”, afirmou o delegado.

Alguns meses após o registro de desaparecimento de Franciele, a polícia passou a investigar o acontecimento como assassinato. Matos explica que como os acusados usavam outros números de telefone para se comunicar, a polícia teve dificuldades em chegar até os agressores. Neste ano, após o andamento das investigações, conseguiram identificar os suspeitos. “A gente já tinha certeza da autoria, mas faltavam mais provas para a prisão, que conseguimos agora”, informou.

Cláudio já tinha passagens na polícia por furto e ameaças de agressão a outras pessoas. Por conta dos crimes, pai e filho podem pegar uma pena de até 40 anos de prisão, caso sejam condenados.

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