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Brasília

Venda nas lojas do DF volta a crescer

Arquivo Geral

16/08/2017 7h00

Atualizada 15/08/2017 21h05

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Raphaella Sconetto
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As vendas do comércio varejista no Distrito Federal, em comparação ao mês de maio, aumentaram em 1,8% – acima da média nacional que é de 1,2%. No entanto, quando se observam as vendas do ano passado no mesmo período, houve uma queda de 2,6%, representando um dos piores resultados do país, à frente apenas de Roraima (-3,2%), Rio de Janeiro (-3,5%), Sergipe (-5,5%) e Goiânia (-5,8%). Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio de junho, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e foram divulgados ontem

No País, as taxas apresentaram crescimento de 1,2% do mês de maio para junho. Essa é a terceira alta mensal consecutiva. O comércio varejista é responsável por atender todos os consumidores finais com produtos e serviços.

Os consumidores da capital têm sentido na pele a redução das compras no comércio varejista. As principais alegações entre eles são o preço alto e a crise política e econômica. O desempregado Alexandre Henriques, 42 anos, afirma que o momento não é de compra. “Até o preço da cerveja está ruim”, brinca. “A gente tem a falsa impressão de que o comércio está mais movimentado, mas, para mim, não está”, acrescenta.

A visão dos empresários não é a mesma dos consumidores. Para o presidente da Federação do Comércio do DF, Adelmir Santana, os resultados positivos de junho em comparação à maio tem a ver com o otimismo do consumidor no comércio.

“Nossas pesquisas na Federação também mostram esses resultados. Acredito que isso indica uma recuperação da confiança, que só é conquistada depois de o governo mostrar que tem tomado medidas como limitar os gastos”, aponta Santana.

O presidente da Fecomércio alega que os próximos resultados serão ainda melhores. “A tendência é de que o segundo semestre seja melhor que o primeiro, como sempre foi em todos os anos. Vai aparecer mais datas comemorativas e tem a chegada do fim do ano, e isso faz com que o consumidor compre mais”, afirma.

Quando questionado sobre a redução do volume de compras em relação ao ano passado, Santana afirmou que essa comparação não poderia ser feita, já que 2016 foi um ano mais difícil para a economia. “Essa comparação com o ano passado, é uma comparação com bases ruins. A economia estava mais desequilibrada”, argumenta.

As incertezas dos salários dos servidores públicos vão afetar diretamente a sensação de confiança dos consumidores. Essa é a visão do presidente do Sindicato do Comércio Varejista do DF, Edson Castro. “Nesse ano muitas categorias do funcionalismo não tiveram aumento. Não tendo aumento, o mercado acaba retraindo”, levanta.

“A sensação de que pode faltar dinheiro no mês que vem atrapalha as vendas dos lojistas”, acrescenta. Para Castro, as tendências no comércio não são as melhores: “Quem é assalariado vai controlar os gastos. O comércio vai ficar na incerteza”, acredita.

A retração afetou também a arrecadação do ICMS, admite a Secretaria da Fazenda do DF. Uma recuperação nas vendas pode fazer a receita subir, mas não de imediato.

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