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Brasília

Venda de estatais do DF é uma alternativa, avisa secretário

Arquivo Geral

23/08/2017 7h00

Atualizada 22/08/2017 22h02

Foto: Breno Esaki

Francisco Dutra
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A controversa proposta de privatização das empresas públicas não está no discurso oficial do governo Rollemberg (PSB). Extra-oficialmente, não há decisão sobre a adoção dessa espinhosa estratégia para a superação da crise financeira. No entanto, para o secretário de Economia e Desenvolvimento Sustentável, Valdir Oliveira, a venda das estatais é uma opção que deveria ser debatida. Sem precisar valores, Oliveira diz que a privatização poderia render mais de R$ 1 bilhão para o erário, além de liberar o Estado para focar nos serviços públicos essenciais. Na discussão sobre a procura de soluções para o Distrito Federal, o secretário também cita os tropeços do GDF.

“Acabei levantando essa polêmica nas redes sociais por uma convicção. Acredito estamos passando por momento de muita dificudade nas nossas contas públicas e Brasília tem um tabu: Esse tabu é privatização. Ninguém fala sobre isso no DF. Acho que as pessoas tem o receio de falar sobre isso, por que a cultura pública aqui é muito grande. Então a gente vê vários governos de várias linhas ideologicas, de vários números e ninguém nunca botou o dedo na ferida”, argumenta Oliveira.

Sobre as críticas de sindicatos e parlamentares, inclusive o próprio irmão o deputado distrital Chico Leite (Rede), que citam exemplos falhos de privatização fora do DF e no plano federal, Oliveira rebate apresentando o caso da telefonia. “Dizem que o melhor amigo do homem é cachorro. Não é não. É o telefone celular, porque dorme com ele”, rebate. O secretário também afirma que o debate é fundamental para o ajuste de contas e a ampliação dos serviços públicos com qualidade e eficiência.

“Se perguntarmos à sociedade se ela quer ser a dona dos serviços públicos ou ter acesso, não tenho dúvida que ela vai querer ter acesso”, comenta. Para Oliveira, a ineficiência do Estado é enorme, fazendo parte da cultura e das regras do setor público. “No setor privado nós estamos acustumados a ter uma meta e a cumprir a meta”, afirma.

Sem personalizar, Oliveira também aponta falhas da gestão Rollemberg na busca por uma máquina pública mais eficiente. Em primeiro lugar, há uma cultura do “não pode”. Ao invés da equipe buscar soluções para os problemas, constantemente se limita a negar projetos e propostas. “É uma luta inglória. Nada pode nesta cidade. Se você olha dizendo: como é que eu vou te ajudar, você já está ajudando a resolver o problema. Mas não. E esse é o reino da estrutura de governo”, desabafa.

“Talvez esse seja um problemas do governo. Muitos que trabalham com governador Rodrigo Rollemberg têm por ele uma grande admiração. Muito grande, tão grande que fazem um governo para ele às vezes. Acabam esquecendo da própria sociedade, para fazer um governo para ele, por causa das crenças dele. O governador precisa de gente que pense diferente dele”, analisa Oliveira.Para o secretário, o GDF precisa olhar, entender e fazer um trabalho para atender as demandas da sociedade.

Saiba mais

  • Pelas contas do secretário, se o governo Rollemberg estiver disposto a fazer o debate sobre a privatização deverá fazer até o final deste ano. Em 2018, dificilmente o Executivo poderá conduzir uma discussão séria sobre o tema.
  • Segundo Oliveira, o debate que ele propõem não é ideológico, em uma defesa de bandeiras neoliberais. O secretário crava que discussão na mesa é pragmática.
  • Inicialmente, Oliveira, que veio diretamente do setor produtivo, nutria sérias ressalvas ao trabalho da Agência de Fiscalização (Agefis). Hoje, o secretário considera o trabalho do órgão exemplar e fundamental para o futuro.
  • Na análise de Oliveira, um dos pontos centrais do debate é que o DF não pode mais esparar para começar a crescer de forma sustentável, sob o risco de sofrer o mesmo destino de estados que já entraram em colapso, como o Rio de Janeiro.

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