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Brasília

Três motoristas são flagrados transportando crianças sem cadeirinha por dia no DF

Arquivo Geral

21/05/2018 23h14

Foto: João Stangherlin

Rafaella Panceri
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Três motoristas de Brasília são flagrados transportando crianças sem bebê conforto, cadeirinha ou assento de elevação todos os dias em vias urbanas do DF. Nas estradas distritais, a média dos primeiros quatro meses de 2018 foi de dois casos por dia, de acordo com o Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF).

Segundo o Departamento de Trânsito (Detran), houve 1.043 infrações ao artigo 168 do Código de Trânsito Brasileiro entre janeiro e abril deste ano. Em 2017, o número de irregularidades chegou a 3.744. A infração, nesses casos, é gravíssima. Rende sete pontos na carteira, multa de R$ 293,47 e retenção do veículo até que o problema seja corrigido.

Epia

No último domingo, um bebê de um ano e 11 meses foi arremessado de um veículo após uma colisão com uma árvore na Epia. A criança, bisneta do médium João de Deus, viajava com a mãe e o namorado dela sem qualquer dispositivo de segurança. Após ser socorrida a dez metros do local do acidente, foi encaminhada à UTI do Instituto Hospital de Base, em estado grave.

Ela e a mãe, Sarah Fune, 19, receberam uma visita de João de Deus no final da tarde desta segunda-feira (21), conforme a assessoria de imprensa. No domingo (20), ele soube do acidente enquanto estava em uma fazenda de Goiás e organizou a vinda à capital. “Ele esteve no hospital, conversou com um médico e saiu bem tranquilo, porque viu que elas estão sendo muito bem assistidas em um hospital que é referência no Brasil”, informou a assessoria.

Divulgação/CBMDF

Irregularidade comum

Para o coordenador regional de trânsito do Detran, Ricardo Timóteo, é comum encontrar motoristas transportando crianças de maneira irregular no DF. No caso de domingo, segundo ele, há indícios de que o bebê estivesse entre os bancos traseiros do veículo.

“E, mesmo se estivesse no colo de alguém, não teria escapado. Quando um adulto se envolve em um acidente, tem o instinto de se proteger. Segura em algum lugar, levanta as mãos”, descreve.

Timóteo esclarece que colocar as crianças no banco de trás não é sinônimo de protegê-las. “O banco da frente é tido como o lugar mais perigoso, mas mesmo atrás o risco de lesões sérias e até mesmo óbito é real, por conta do impacto. E crianças pequenas não têm estrutura corporal para resistir à pancada”, pontua. Carregá-las no colo também é arriscado. “Em uma colisão, a criança pode ser esmagada pelo peso do adulto, mesmo que ele esteja de cinto”, alerta.

Prevenção

Além de garantir a segurança dos filhos ao posicioná-los na cadeirinha, no bebê conforto ou no assento de elevação, os pais devem ficar atentos ao comportamento dos pequenos durante a viagem. A recepcionista Tina Araújo (foto), 51 anos, tem um filho de quatro anos, mas já perdeu duas filhas em um acidente há 11 anos, quando o uso dos equipamentos de segurança não era obrigatório.

“Uma das meninas, de um ano de idade, estava na cadeirinha. Outra, de três, estava no cinto. Eu me distraí e elas tiraram o cinto. Foi o tempo de o carro bater e elas voarem para fora do carro. Morreram na hora. Desde então, tenho tomado muito cuidado com isso”, conta. Hoje, Tina Araújo garante utilizar a cadeirinha com o filho. “Sempre. É essencial para a segurança dele e para a nossa, em qualquer eventualidade”, reconhece.

 

 

Tina aprendeu da pior forma sobre a importância do acessório Foto: João Stangherlin

Mãe de gêmeos de um ano de idade, a assistente administrativa Alexia Blanco, 26 anos, tem dois bebês conforto no banco de trás. “Quando eles nasceram, foi automático comprar. Quase óbvio. A cadeirinha realmente pode prevenir acidentes. Não consigo nem me imaginar no carro sem elas”, relata. A família está atenta aos limites. “Quando eles passarem dos 13 quilos, vamos trocar para um modelo compatível”, conta.

“A cadeirinha faz parte da realidade da minha filha no carro. Ela é super tranquila com isso”, define outra mãe, a técnica em enfermagem Isabel Silveira, 32. “Qualquer aspecto da segurança dos filhos é responsabilidade dos pais. O adulto é quem tem o discernimento”, opina. A cadeirinha da filha custou R$ 700. “Usando há três anos, não sai caro. E penso o mesmo sobre o bebê conforto”, conta.

 

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