Menu
Brasília

Traficante em Santa Catarina lucrava R$ 750 mil por mês com venda de drogas

Arquivo Geral

26/12/2018 14h18

Divulgação/PCDF

Brenda Abreu
[email protected]

A Polícia Civil do Distrito Federal desarticulou a maior fábrica de drogas sintéticas da história da instituição. Os investigadores da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord) descobriram o laboratório em um sítio em Joinville, município de Santa Catarina, que possibilitou um traficante de 29 anos produzir cerca de 4 mil comprimidos de ecstasy por hora. A droga era repassada aos estados de todo o País e ao DF.

O homem, que não teve a identidade revelada, foi preso em Santa Catarina no último dia 18 por meio da Operação Merry Christmas, deflagrada pela Polícia Civil. Agora, está na capital federal à disposição da 3° Vara de Entorpecentes do DF. Ele já tinha passagem pela polícia por tráfico de entorpecentes.

Os investigadores se surpreenderam com a megaprodução da droga, pois anteriormente acreditavam que o produto era importado da Europa, e não fabricado no País. Eles estimam que o ecstasy é produzido há dois anos pelo traficante, que desenvolveu um grande comércio. “Ele é um grande distribuidor e só fazia vendas altas. Não vendia menos do que mil comprimidos”, disse o delegado-chefe da Cord, Luiz Henrique Sampaio.

Revenda

Classificado como de classe média alta, o traficante alugou o sítio em Santa Catarina apenas para produzir a droga. Ele costumava ir somente em um fim de semana por mês. Como o local era isolado, não levantou suspeitas. A produção chegava a ser de, no mínimo, 50 mil comprimidos, de acordo com os investigadores. O valor da unidade para revenda custava entre 10 e 20 reais, dependendo da concentração. Isso quer dizer que, por fim de semana, ele poderia lucrar mais de R$ 750 mil com a venda da droga. O valor, porém, pode ser mais alto, tendo em vista que, para usuários, o produto era repassado por R$ 40 a R$ 50.

Por meio de aplicativos, como o WhatsApp, além do envio da droga por correios, os traficantes tinham ampla comunicação e inseriam facilmente a droga nos estados. Além disso, eles mascaravam os comprimidos para manterem-se longe da atenção das autoridades. “A droga era colocada dentro de capas de DVD, plástico bolha e embalagem a vácuo”, contou Sampaio.  

Apreensão de materiais ilícitos

No sítio, além dos 50 mil comprimidos de ecstasy, a Polícia Civil recolheu R$ 5 mil em espécie, uma BMW e uma Mercedes Bens, sendo que os dois veículos juntos somam R$ 170 mil, cerca de 1kg de MDA – principal substância para produção do ecstasy -, duas máquinas de prensa de comprimidos, moldes com diversos formatos para os entorpecentes, corante, celulose, e produtos químicos para a produção de outros milhares de comprimidos.

Outros produtos apreendidos no local e que chamaram a atenção da Polícia Civil foram remédios abortivos e anabolizantes, mas este último os investigadores acreditam que eram para uso pessoal.

Se for confirmada a venda clandestina desse remédio para aborto, o traficante pode responder por dois crimes: tráfico interestadual, com pena de 5 a 15 anos de reclusão, por conta dos entorpecentes, e outro pelo remédio, com pena de 10 a 15 anos.

Veja vídeo de como era a produção:

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado