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Brasília

Testes rápidos para dengue estão em falta no DF

Arquivo Geral

16/12/2015 6h00

Carla Rodrigues

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Os testes rápidos para dengue estão em falta na rede pública do Distrito Federal. A informação é da própria Secretaria de Saúde. Segundo a pasta, a última compra do estoque de reagente foi cancelada por suspeita de irregularidades no processo, iniciado em 2013. Agora, destaca o órgão, há outra licitação em andamento e a previsão é de que todos os hospitais sejam reabastecidos em até 30 dias.  

Enquanto isso, destaca a secretaria, “os médicos possuem total habilidade para diagnosticar, clinicamente, casos de dengue”. Além disso, aponta a pasta, “o exame de hemograma auxilia na confirmação ou não deste quadro”. 

Casos

Somente neste ano, de janeiro a novembro, foram confirmados mais de 9,4 mil casos da doença no Distrito Federal. Ou seja, aproximadamente 854 por mês. Em 2014, o número chegou a mais de 11,5 mil.  

E é justamente por conta dos altos índices da doença que a ausência de  testes rápidos preocupa os moradores da região. No Hospital Regional de Taguatinga (HRT), mães reclamam que, além de não ter o exame, a presença de mosquitos é uma constante. “Meu filho ficou cinco dias internado na pediatria e eu quase enlouqueci. Tem muito mosquito lá dentro”, conta a dona de casa Grazielle Moriza, de 30 anos. 

 Outra paciente, Grecielle Moriel, de 28 anos, relata ainda que saiu “toda picada” da unidade de saúde. “Olha aqui, dá para ver as marcas. É um absurdo o estado em que o hospital se encontra. Eles deveriam dar um jeito nesses mosquitos, principalmente com esse surto de zika e dengue”, reclama a dona de casa. 

Segundo as duas pacientes, o principal motivo pela quantidade exagerada de mosquito no HRT é o mato que se concentra do lado de fora. “Parece que não cortam a grama há mais de um ano por aqui”, reclamam.

Zika é detectado pelo sangue

Apesar da ausência do teste rápido para detectar dengue, a Secretaria de Saúde salienta que o exame de sangue para identificar o zika vírus, também transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, pode ser feito no Laboratório Central de Saúde Pública do DF (Lacen). “O material é colhido em qualquer unidade de Saúde”, informa o órgão.

 Ainda segundo a pasta, não há casos de zika vírus contraído no DF. “Há  dois casos que foram diagnosticados, de pacientes que contraíram a doença em outros estados, mas procuraram atendimento médico no Distrito Federal”, explica a secretaria. Os pacientes vieram de Teresina e Salvador.

A pasta de saúde diz ainda que , até agora, são dois casos de microcefalia na região. Porém, “neste momento, não é possível relacionar a doença ao zika vírus”. Existem ainda 12 pacientes com quadro de microcefalia em investigação.

Até novembro deste ano, foram registrados ainda 237 casos suspeitos de febre Chikungunya, também transmitida pelo Aedes aegypti. Destes,  15 foram confirmados em moradores do DF que viajaram para  outros estados e países.

Cresce número de suspeitas de microcefalia

Em pouco mais de três meses, o Brasil já registra 2.165 casos suspeitos e 134 confirmados de bebês com microcefalia – má-formação do cérebro – ligada ao zika vírus. Os registros estão em 549 municípios de 19 estados e do Distrito Federal.

O Ministério da Saúde considera que os casos estão relacionados ao zika vírus, identificado no País neste ano e cujos sintomas foram relatados por parte das mães dos bebês durante a gestação.

No total, houve 2.401 notificações suspeitas de microcefalia até o dia 12 de dezembro. Destes, no entanto, 102 foram descartados após exames ou não apontarem complicações no cérebro ou darem resultado positivo para outras causas habituais de microcefalia, como citomegalovírus e toxoplasmose.

Na última semana, havia 1.761 bebês com suspeita de microcefalia em 13 estados e no Distrito Federal. Os novos estados incluídos no levantamento são Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, São Paulo e Rio Grande do Sul.

Mortes

O balanço também aponta 26 mortes suspeitas ligadas à microcefalia e uma confirmada – caso de um bebê no Ceará, que morreu minutos após o parto e cujos exames apontaram pela primeira vez sinais de infecção pelo zika.

Apesar de os números de casos suspeitos de microcefalia continuarem a crescer, é possível identificar uma diminuição no ritmo de crescimento dos registros no País. Segundo o diretor de Vigilância de Doenças Transmissíveis, Cláudio Maierovitch, dois fatores podem explicar o cenário.

O primeiro é que, após as primeiras semanas, equipes de saúde passaram a ter mais facilidade em identificar os casos realmente suspeitos da má-formação. “Outra possibilidade é que já estejamos próximos do pico dessa doença”.

Saiba mais

Apesar de serem transmitidas pelo mesmo mosquito, a dengue, o zika vírus e a febre chikungunya têm alguns sintomas diferentes. 

A dengue apresenta febre alta (geralmente dura de 2 a 7 dias), dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele. 

O principal sintoma do zika  é um quadro alérgico. 

Já a  febre chikungunya apresenta, principalmente, febre repentina acima de 39 graus, dor de cabeça, dor nos músculos e manchas vermelhas na pele.

 Em caso de suspeita de qualquer uma das doenças, é importante procurar atendimento médico.

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