Matheus Venzi
Especial para o Jornal de Brasília
Em pleno inverno, a chuva veio e não aliviou no Distrito Federal na noite deste sábado (18). A aguaceira foi tão grande que chegou a derrubar árvores, alagar ruas e destelhar residências. Em Ceilândia, moradores registraram queda de granizo. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), foram acumulados 4,1 mm de chuva somente no Plano Piloto.
A Defesa Civil contabiliza duas ocorrências mais graves. A primeira em Vicente Pires, na rua 10. A via, que já estava interditada por causa de obras de águas fluviais, ficou completamente alagada e provocou correntezas. Já em Planaltina, uma uma das paredes de um prédio em construção caiu sobre a casa vizinha. Ninguém se feriu e o local já foi interditado.
O vento foi tão intenso que o Corpo de Bombeiros teve que realizar cortes emergenciais em sete árvores que caíram em Planaltina. Já na BR-070, algumas placas de publicidade não aguentaram a ventania e despencaram na beira da pista.
Meteorologista do Inmet, Mamedes Luiz Melo explica que a chuva foi mais intensa no norte e nordeste do DF. “Como entrou bastante umidade na região, isso favoreceu a formação de nuvens mais pesadas, densas, que causam granizo e trovoadas e relâmpagos”, diz.Conforme o especialista, chover em agosto não é algo tão incomum.
“É lógico que por ser inverno a umidade cai bastante em agosto. Mas, isso não impede de acontecer chuvas pontuais. Em alguns anos chove, outros não. A média histórica do mês é de 14 mm de chuva acumulada. Ou seja, não é um mês totalmente sem chuva historicamente falando”, destaca.
Mesmo assim, ele indica que não há previsão de novas chuvas para a semana e que a tendência é que a umidade caia.
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Chuva de gelo
Alguns moradores de Ceilândia chegaram a registrar a queda de granizo nas redes sociais. “Uma pedra de gelo se formou aqui no quintal de casa, tem aproximadamente 10kg. Isso sem contar os três baldes de 20 litros que eu retirei de gelo”, comentou um internauta. “Eu fiquei apavorada, aqui também caiu muito gelo. Achei que o telhado não ia aguentar”, disse outra moradora.
Parte do telhado da casa da auxiliar financeira Juliana Luíza, 23, não resistiu ao granizo e aos fortes ventos. “A chuva veio de uma vez. Fiquei muito assustada na hora, principalmente por causa do barulho. A minha sorte foi que o telhado não caiu em cima do carro. Se não, teria um prejuízo enorme”, relata.
Em Taguatinga Norte, o tatuador Alecsander Olveira, 22, teve que paralisar os atendimentos no seu estúdio. “Foi tão intensa [a chuva] que provocou alguns picos de energia. Por isso, tive que pausar até para não ter nenhum prejuízo com os equipamentos”, esclarece.
Já o universitário Flávio Garcia ficou ilhado em um posto no Pistão Sul. “A via parecia um rio, estava impossível para dirigir. A chuva tava tão forte que eu não consegui nem ver se os sinais estavam fechados ou abertos. Tive que parar no posto até dar uma acalmada”, admite.