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Brasília

TCDF aponta graves problemas na estrutura da Torre de TV Digital

Arquivo Geral

25/05/2015 15h35

Três anos após a inauguração do monumento idealizado por Oscar Niemeyer, uma fiscalização técnica realizada pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal, em 2014, apontou graves problemas na Torre de TV Digital. Mesmo incompleta, a torre foi aberta em 21 de abril de 2012 e fechada para o público em 4 de outubro de 2013. Segundo o órgão, erros no projeto e na execução da obra causaram danos que podem trazer prejuízos de segurança e durabilidade da Flor do Cerrado. A construção custou cerca de R$ 76 milhões.

A inspeção encontrou falhas na edificação do monumento. De acordo com o TCDF, o projeto não previu a captação e a drenagem das águas pluviais, especialmente nas passarelas de acesso às cúpulas. A água das chuvas não tinha para onde escoar adequadamente, o que causou graves infiltrações.
 
Em nota, a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) informou que foi notificada no último dia 22 e que, até esta terça (26), encaminhará para o TCDF informações sobre as providências já adotadas ou em andamento, visando as soluções pendentes na Torre Digital. Já a Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap) disse que está concluindo a regularização das principais pendências apontadas pela Defesa Civil e Corpo de Bombeiros. 
 
Problemas expostos

Na inspeção realizada, o Tribunal também apontou a baixa qualidade da obra. A Torre de TV Digital apresentava mau acabamento e mau funcionamento de alguns sistemas e instalações. Segundo o órgão, havia fios expostos, vazamentos no sistema de descarga a vácuo e nas bombas d’água, calçadas de acesso remendadas, rachaduras no piso, imperfeições no acabamento de pintura em diversos locais e inclinação da rampa lateral de acesso com caimento para fora. Além disso foi detectado defeitos no acabamento dos banheiros (fixação do espelho com adesiva, pedras manchadas e o revestimento das portas soltando). Durante a fiscalizalização, verificou-se que sistema de alarme de incêndio estava desligado por falta de sensores.

Ainda segundo o TCDF, havia indícios de corrosão da estrutura; sinais de oxidação da armadura de aço; além de trincas grandes na fachada, na cobertura e internamente; fissuras diversas nas rampas e por toda a obra. Também foram identificados alagamentos internos, aumentando as infiltrações e dano ao funcionamento dos sistemas de esgotamento sanitário a vácuo e de ar condicionado, pelo indevido escoamento da água para essas tubulações.

Reunião com representantes do Governo

Em reunião com representantes do governo para apresentar o resultado da inspeção, na última quarta (20), o TCDF cobrou das secretarias responsáveis um esforço conjunto para tornar a Torre de TV Digital um monumento adequado, confortável e seguro para a visitação. Estiveram presentes o presidente do TCDF, Conselheiro Renato Rainha; o secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos, Julio Cesar Peres; o secretário-adjunto da Sinesp, Maurício Canovas; o diretor de Edificações da Novacap, Márcio Buzar; e auditores do TCDF que fiscalizam a construção. “Nós queremos evitar prejuízos à sociedade, ao turismo de Brasília e aos cofres públicos”, afirmou o presidente do TCDF.

O Governo do Distrito Federal não pode contratar a manutenção da edificação, uma vez que a obra ainda não foi recebida definitivamente, ou seja, ainda não pertence ao seu patrimônio legalmente. Segundo o Tribunal de Contas, ela encontra-se apenas com recebimento provisório desde 31 de maio de 2012. A Sinesp anunciou que está saneando as falhas apontadas junto ao Consórcio Construtor Mendes Júnior/Atrium, responsável pela construção da Torre de TV Digital.

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