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Brasília

Suspeitas de H1N1 e meningite no HRT fazem equipe e pacientes usarem máscaras

Arquivo Geral

25/04/2018 18h02

Foto: Raphael Ribeiro/Cedoc

Jéssica Antunes
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Dois pacientes com doenças virais contagiosas internados no Hospital Regional de Taguatinga (HRT) alteraram a rotina da unidade médica na manhã desta quarta-feira (25). Profissionais de saúde, vigilantes, policiais, bombeiros e pacientes receberam máscaras cirúrgicas para evitar respiração direta. O medo era de contrair a gripe Influenza A H1N1 e meningite, dois casos apurados pelas equipes da rede. A Secretaria de Saúde nega surto, mas a atitude gerou desconfiança da população.

Durante a manhã, surgiu um caso suspeito de meningite no hospital, mas o paciente foi transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital de Santa Maria, onde há aparente normalidade do serviço, sem uso de máscaras, conforme apurou o Jornal de Brasília.

De acordo com a Secretaria de Saúde, o material foi adotado apenas pela unidade de Taguatinga, como método de prevenção ao vírus Influenza, que tem maior circulação durante esse período do ano — e nada teria a ver com a investigação de meningite. Durante a tarde, as proteções já haviam desaparecido da emergência e eram usadas apenas por socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Nenhum servidor quis comentar a medida.

Reação adversa

A aparente tentativa de acalmar a população parece ter causado efeito reverso. Os pacientes temem ambas as doenças e dizem não confiar no discurso do governo. “Se não tivesse risco, eles não estariam usando máscaras”, considera um paciente de 49 anos, que não quis ter o nome revelado com medo de sofrer represálias no atendimento médico.

A reportagem solicitou entrevista com a direção do hospital, mas não teve respostas até a publicação desta matéria. A pasta não esclareceu quem foi orientado a usar a máscara e qual a origem dos materiais. O motivo para abandonarem o uso nesta quarta também é mistério.

A ação é criticada pelo Sindicato dos Servidores da Saúde (Sindsaúde). “A gestão é despreparada para qualquer tipo de problema cotidiano”, dispara Marli Rodrigues, presidente da entidade.

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CAMPANHA DE VACINAÇÃO

Em 2018, sete pessoas contraíram o vírus Influenza do tipo A H1N1 e ficaram internadas, em estado grave, no DF. A doença vitimou um homem de 54 anos no Hospital Regional de Ceilândia, no fim de março, que não havia se vacinado. Seis pessoas tiveram o diagnóstico confirmado de H3N2, outro tipo do vírus que circula na capital. A Secretaria de Saúde ainda monitora 89 casos de síndrome respiratória aguda grave. Outros 20 pacientes tiveram o diagnóstico de meningite confirmado, mas nenhuma morte. No ano passado, foram 113 confirmações da doença.

A campanha de vacinação do Ministério da Saúde começou na segunda-feira (23) e é destinada aos grupos de risco, principalmente idosos e crianças. Até o dia 1º de junho, 780 mil doses de vacina devem ser aplicadas no DF. São 114 salas de vacina de unidades básicas de saúde em funcionamento durante a Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza 2018. O Dia de Mobilização Nacional (Dia D) está previsto para 12 de maio, quando 200 mil pessoas devem receber a imunização.

De acordo com a Secretaria de Saúde, o objetivo é vacinar neste ano 706.988 pessoas, com a meta de cobertura de 90% de cada um dos grupos prioritários para a vacinação. O público alvo da campanha são trabalhadores de saúde, indígenas, crianças menores de cinco anos, gestantes, puérperas, idosos, pessoas com doenças crônicas, funcionários do sistema prisional, detentos e internos do sistema socioeducativo e professores.

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