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Brasília

Sob nova gestão, Hospital de Base aumenta número de leitos e de cirurgias

Arquivo Geral

03/09/2018 19h37

Hospital de Base. Foto: Myke Sena/Jornal de Brasília

Rafaella Panceri
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Após ser transformado em Serviço Social Autônomo há oito meses, o Instituto Hospital de Base de Brasília (IHB) divulgou os resultados dos serviços prestados. Segundo IHB, há 107 leitos novos na enfermaria 12 salas de cirurgia recém-inauguradas, além de recordes na realização de procedimentos como o transplante de córnea e cirurgias ortopédicas em julho. O tempo de entrega de insumos e remédios caiu para 40 dias e um novo modelo de compras permite transações até 10% mais baratas. O orçamento destinado ao hospital é de R$ 602 milhões por ano e segue inalterado. A explicação para as melhorias é a mudança de gestão.

O IHB afirma ter  reorganizado o quadro de profissionais. “O quantitativo atual é próximo do que tínhamos em 2017, mas sobravam profissionais em algumas áreas e faltavam em outras. Hoje, eles vão para onde é necessário”, afirma o  diretor-presidente do IHB, Ismael Alexandrino. “No segundo semestre, a tendência é de aumento nas melhorias”, prevê, mas reconhece que ainda há muito pela frente.

“Nem tudo se resolveu, temos consciência, mas os resultados já mostram que  o modelo se posiciona como alternativa de sustentabilidade. Basta olhar para os outros hospitais, extremamente mais deficientes”, compara.

“Hoje, nossa maior fragilidade não é interna, mas externa. É a incerteza que o momento eleitoral coloca. As pessoas ficam inseguras. Não deveria ser um projeto de governo, mas de Estado”, tensiona.

Produtividade
O Governo do DF destacou outros números expressivos sobre o IHB. Os atendimentos de  primeira consulta oncológica passaram de 10  (em março) para 180 (julho). Na fila da radioterapia, os atendimentos  passaram de 24 para 60.

O Base destacou, ainda, a mudança no procedimento de compra de medicamentos e insumos. Agora, ele permite que os produtos sejam entregues na farmácia hospitalar em até 40 dias, 10% mais baratos. O hospital não esclareceu o método, mas afirma que a economia permitiu que os insumos dobrassem, em quantidade, em comparação a janeiro.

Em julho, houve recorde de transplantes de córnea. O IHB se destacou entre todos os hospitais  públicos e privados do DF , com nove procedimentos realizados. No mesmo mês, houve 136 cirurgias ortopédicas — maior número em 4 anos. O instituto também está apto fazer transplantes renais e já fez dois procedimentos desse tipo. Há previsão de  abertura da sala de iodoterapia, destinada ao tratamento de câncer de tireoide.

Pesquisa de satisfação

Entre março e julho do ano passado, o percentual de pessoas que classificaram o atendimento no IHB como “crítico” era de 80%. Agora, a resposta está na casa dos 8%. Em março desse ano, 30% dos pacientes consideravam que o IHB oferecia um “bom atendimento”. Quatro meses depois, em julho, o número saltou para 66%.

Ponto de vista

Para a presidente do Conselho de Saúde do DF, Lourdes Piantino, ainda há situações que precisam ser melhoradas no Instituto Hospital de Base. “Não só no Instituto, mas toda a saúde precisa melhorar na comunicação com os pacientes. É necessário que eles saibam onde e como podem ser atendidos”, afirma. Além disso, ela assegura que é essencial uma melhora no fluxo de atendimento das várias unidades para que haja um reflexo no IHB.

Outra situação que a presidente do conselho elenca é a necessidade do aumento de cirurgias e atendimentos laboratoriais feitos. Para ela, o Instituto tem capacidade para fazer isso. Apesar dos alertas, ela reconhece que a situação do Base mudou muito nos oito meses de funcionamento. “É pouco tempo para resolver problemas que ocorrem há 50 anos, mas a gente faz um acompanhamento fiel e vê que tem muita coisa mudando lá dentro. Está no caminho certo”, conclui.

(Colaborou João Paulo Mariano)

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