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Brasília

Servidores da Universidade de Brasília entram em greve

Arquivo Geral

24/04/2018 11h54

Victor Pennington/Campus Online

Raphaella Sconetto
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Os servidores e terceirizados da Universidade de Brasília (UnB) entraram em greve, nesta terça-feira (24), por tempo indeterminado. A paralisação foi votada hoje e uma nova assembleia está prevista para quinta-feira (26),  mesmo dia em que terá um novo protesto dos estudantes em frente ao Ministério da Educação (MEC).

Estudantes também votaram hoje, às 12h, se também parariam. Mas a decisão foi adiada para maio.

Segundo o coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub), Maurício Sabino, a pauta principal da greve são as demissões. “Esse ano já aconteceram centenas de demissões, e a previsão é de que possa acontecer mais 600. Tudo isso fruto da crise orçamentária em que a UnB vem passando”, afirma.

O desligamento em massa dos 1.100 estagiários estava previsto para acontecer no fim do mês de abril. Ontem, eles receberam um memorando dizendo que o prazo foi prorrogado por 30 dias. Ou seja, até o fim do mês de maio eles ainda estão com os contratos.

Para Ian Viana, representante do movimento dos estagiários da UnB, a medida anunciada é não é visto com bons olhos pelos estudantes que trabalham na instituição. Ele acredita que foi um ato calculado, por conta da greve dos terceirizados e servidores.

Manifestações

Manifestações de alunos, servidores e professores acontecem desde 10 de abril, quando houve conflito com a Polícia Militar em frente ao prédio do MEC e ocupação da sede do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).  No último dia 17, os estudantes já haviam confiscado materiais de limpeza, em ato simbólico contra as demissões de 241 funcionários. Na época, o indicativo de greve já havia sido aprovado. A reitoria também foi invadida nesse meio tempo.

Reprodução

NA PONTA DO LÁPIS

A universidade alega um déficit de R$ 92,3 milhões para este ano. Conforme o MEC, no entanto, a UnB contou com um aumento de 2% no orçamento para 2018:  R$ 1,7 bilhão contra R$ 1,66 bilhão em 2017. Há dois anos, a instituição contava com R$ 1,65 bilhão. A maior parte (84,9%) foi para o pagamento de pessoal e encargos enquanto apenas R$ 28 milhões foram destinados a investimentos.

No início do mês, a assessoria da UnB afirmou que haviam duas formas para enfrentar o cenário deficitário: vias para aumentar a receita ou redução das despesas. “Em relação ao primeiro aspecto, espera-se atingir um incremento de receita da ordem de R$ 50,8 milhões, incluindo eventuais remanejamentos orçamentários”, apontou a Secretaria de Comunicação.

Para a chegar a uma estabilidade, a universidade espera reduzir a receita em R$ 39,8 milhões. “Nesse sentido, estão sendo efetuados ajustes em contratos de prestação de serviços; rediscussão da política de subsídios ao Restaurante Universitário e descentralização da gestão dos contratos de estágio – atualmente, eles são mantidos pela administração, e passarão a ser geridos pelas unidades acadêmicas”, completou, em nota.

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