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Brasília

Serviço de Verificação de Óbitos será ampliado para hospitais

Arquivo Geral

02/01/2018 14h43

Shutterstock

Raphaella Sconetto
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O Serviço de Verificação de Óbito (SVO), que antes era realizado somente na sede do Instituto Médico Legal (IML) e no Hospital de Ceilândia, será realizado em mais cinco unidades de saúde da rede pública. O SVO é o serviço que examina cadáveres de mortes naturais. Apesar da ampliação, a remoção dos corpos de pessoas que morrem de forma não violenta, nas ruas ou em casa, continua a cargo da Polícia Civil.

Agora, o Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), Hospital Regional de Taguatinga (HRT) e Hospital Regional de Sobradinho (HRS) deverão fornecer o atendimento.

Segundo a diretora de Vigilância Epidemiológica, Maria Beatriz Ruy, a mudança tem como objetivo descentralizar o serviço. “As pessoas que vão a óbito em via pública ou domicílio, que não morrem por causas externas, são de responsabilidade do Serviço de Verificação de Óbito. Ampliar na rede pública de saúde é proporcionar conforto para as famílias que se deslocavam para um local centralizado”, aponta.

Com a ampliação dos serviços, a demanda dos servidores também foi alterada. “Os que estavam no IML foram remanejados para o Hospital de Ceilândia, porque lá será a referência. O HRC vai ser responsável por doenças compulsórias, como febre amarela, dengue. Para os outros hospitais, houve chamada de concurso recente”, garante Maria Beatriz.

Desafogar o IML

Para o presidente da Associação dos Técnicos em Necrópsia do Instituto Médico Legal (Asten), José Romildo Soares, a ampliação trará melhorias. “É um passo para a liberação do trabalho do IML. Agora, se a Secretaria de Saúde vai dar conta ou não da demanda é um problema deles”, ironiza. “O IML não tem capacidade física, de pessoal e de estrutura, para suportar a demanda do instituto e da Secretaria de Saúde”, completa.

Para o presidente da Asten, o deslocamento para fazer a remoção dos corpos pode atrapalhar os serviços do IML. “A noite tem que deixar os cadáveres no Hospital de Ceilândia. Por exemplo, se pegar um corpo em Brazlândia e levar até o HRC, temos todo esse deslocamento. E se nesse intervalo o rabecão tem que fazer uma remoção por morte violenta?”, questiona. “A logística não está legal. Num futuro próximo a Secretaria de Saúde vai ter que assumir essa responsabilidade também”, conclui.

Memória

Conforme o Jornal de Brasília mostrou há um mês, o Serviço de Verificação de Óbito estava sucateado no Instituto Médico Legal (IML). Na época, os técnicos do instituto ameaçaram parar de auxiliar nas demandas. Uma estimativa feita pelo Ministério Público (MPDFT) apontou que o funcionamento do serviço era de apenas 30% e que não havia pessoal nem local para análise dos corpos.

Segundo a Polícia Civil do DF, cerca de 40% dos corpos que chegam ao Instituto Médico Legal (IML) são de morte natural e precisariam ser analisados pelo Serviço de Verificação de Óbito (SVO).

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