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Brasília

Seminário discute os malefícios da legalização das drogas

Arquivo Geral

22/06/2017 21h57

Foto: Manoel Lira

João Paulo Mariano
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Com cerca de 5% da população adulta de todo o mundo utilizando alguma droga ilícita, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a discussão da legalização das drogas, em especial da maconha, é um tema importante a ser conversado. Na noite desta quinta-feira (22), o Movimento Brasil Sem Drogas e a Ordem dos Advogados do Brasil nacional e do DF promoveram o seminário “Drogas: o que não está sendo dito”, que contou com a presença de juristas e médicos, além de integrantes de comunidades terapêuticas.

O evento foi uma das atividades em prol do Dia Mundial de Combate às Drogas, idealizado pela ONU e comemorado na próxima segunda-feira (26). Um dos comunicadores da noite foi o ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra, por meio de uma vídeo conferência, pois ele está em missão oficial no Haiti. O ministro considera a questão das drogas um drama nacional. Seria “um problema sério” que não teve nos últimos governos a atenção devida pelos ministérios da Saúde e Justiça, já que não houve uma política pública bem aplicada.

“Não tem uma cidade no Brasil que não tenha uma cracolândia”, salienta Terra, que entende que só há um caminho para a vitória nesta luta: “aumentar o rigor nas medidas contra às drogas”. O vice presidente da Comissão de Políticas Públicas sobre Drogas da OAB-DF, Roberto Lassarre, em sua exposição, concordou com o que foi dito pelo ministro. Ele lembra que 60% ou mais dos crimes contra o patrimônio são cometido para que os autores comprem drogas.

Legalização da maconha

Sobre a liberação das drogas, em especial a maconha, Roberto Lassarre salienta que um viciado faz sofrer pelo menos nove pessoas ao seu redor. “O tráfico não vai deixar de existir (com a liberação). Mesmo que o governo taxe em 50%, a pessoa não vai deixar de comprar mais barato com um traficante em sua comunidade para ir a farmácia”, afirma.

A integrante do movimento Brasil sem Drogas, Andreia Salles, afirmou que a história de que a legalização vai salvar pessoas e trazer justiça social não é verdadeira. Seria preciso olhar a situação de locais onde houve a liberação, como o Colorado, nos Estados Unidos. “Quem compra são os ricos”, conclui.

O psiquiatra Antônio Geraldo da Silva assegura que existe uma contradição em muitos discursos liberais e que são necessários dados para comprovar os benefícios da droga. Ele é presidente da Associação de Psiquiatria da América Latina (APAL) e afirma que não vê motivos para a liberação da maconha pois não há lógica utilizar uma substância fumada, sendo que há anos se combate o uso de cigarros. Ele denuncia que há um marketing forte para mostrar que a maconha é medicinal, mas ele garante que pode desencadear transtornos psicológicos.

Movimento Brasil Sem Drogas

O Movimento Brasil Sem Drogas foi criado em 1º de junho de 2014, mês da primeira audiência no Senado Federal que debateu a legalização da maconha. De acordo com a entidade, o movimento tem como objetivo alertar o governo brasileiro para o anseio da população que é contra a legalização da maconha e outras drogas ilícitas.

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