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Brasília

Segurança pública. Desafio de equilibrar o orçamento em benefício comum

Arquivo Geral

10/12/2018 7h42

Marlene espera que o policiamento seja eficiente no próximo governo. Rayra Paiva Franco/Jornal de Brasília

Rafaella Panceri
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A Secretaria de Segurança Pública (SSP) recebeu R$ 453,8 milhões do GDF até 4 de dezembro deste ano. Os valores estão detalhados no Portal da Transparência. Em comparação com outras áreas de atuação, como educação e saúde, a segurança ficou com apenas 2,4% do orçamento em 2018. Desse total, o gasto com policiamento está sempre em segundo lugar, atrás de custos com administração. No entanto, a área conta com o aporte do Fundo Constitucional. A SSP não prestou informações sobre o orçamento quando procurada pela reportagem, por isso os dados se baseiam no portal.

O ano de 2018 é retrato da disparidade entre as polícias Militar (PMDF) e Civil (PCDF). Entre janeiro e novembro, a PM recebeu 22,5 milhões para administrar. Já a PCDF, 6,3 milhões — valor três vezes menor. Com a verba, os militares compraram, por meio de pregão eletrônico, mais de 700 viaturas e renovaram a frota por completo, adquiriram 11 mil coletes balísticos e seis mil itens entre rádios, pistolas importadas, fuzis e carabinas, equipamento anti- bomba e munições químicas. Unidades foram construídas e reformadas.

O efetivo atual, de 10.828 policiais militares, foi abastecido nos últimos quatro anos com concursos para os cargos de soldados, oficiais, componentes da banda de música, oficiais administrativos e capelão. Médicos foram nomeados e o concurso de soldados para 2 mil policiais está na penúltima fase.

A PM informou, por meio de nota, que iniciou, também nesse período, as confecções do Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). O documento evita o deslocamento de viaturas às delegacias quando em atendimento a determinados tipos de crime e “tem propiciado mais tempo de patrulhamento nas ruas”. Além disso, reativou o Centro de Operações (Copom) e “empregou novas tecnologias e processos na coordenação das ocorrências, o que aumentou significativamente a quantidade e a qualidade dos atendimentos, que tiveram incremento de 60%”.

Possível chefe do comando da PM nos próximos anos, a coronel Sheyla Sampaio, indicada pelo governador eleito Ibaneis Rocha (MDB), afirma que o plano de ação da PM será apresentado ao GDF na semana que vem. “Por enquanto sou indicada. Quando nomeada, passarei a falar sobre o comando e sobre a corporação. Seria antiético da minha parte comentar ou criticar a gestão atual”, posiciona.

Já o novo diretor-geral da Polícia Civil, o delegado Robson Cândido, promete, a partir de 1º de janeiro, uma gestão baseada no diálogo entre as categorias, na pacificação da Polícia Civil e no respeito à autonomia dos delegados. “Vamos construir um diálogo permanente entre a direção-geral, as entidades de classe e o governo, buscando o fortalecimento da instituição e, consequentemente, a excelência na prestação dos serviços, visando ao bem da comunidade”, diz.

Polícia nas ruas

Nas ruas, a cobrança é uma só: policiamento. O agente de portaria Julierme Alexandre, 31, acredita que as vias do DF precisam de mais policiamento. “Tirar o foco das delegacias. Hoje em dia não está tão ruim, mas sinto que a criminalidade diminuiu porque acabamos de sair do período eleitoral. A politicagem faz de tudo”, acusa.

Por outro lado, a dona de casa Marlene Ribeiro, 36, diz nuca ter sido assaltada porque não sai muito da residência. “Mas sempre ouço dizer que as redondezas estão perigosas”, comenta.

Julierme cobra a presença de policiais nas ruas. Rayra Paiva Franco/Jornal de Brasília

Versão oficial

A Polícia Civil informou, por meio de nota, que adquiriu 162 viaturas com recursos do Fundo Constitucional na atual gestão. “Encontra-se em andamento outro processo, visando à aquisição de mais 150 veículos, também com orçamento do fundo”. Sobre o funcionamento das delegacias, a corporação esclarece que a alteração foi feita em 2016 “pela necessidade de otimização dos recursos humanos de maneira a focar nas atividades de investigação”.

Hoje, 16 delegacias do DF funcionam 24h — 1ª DP, 5ª DP, 6ª DP, 12ª DP, 13ª DP, 20ª DP, 21ª DP, 23ª DP, 24ª DP, 26ª DP, 27ª DP, 31ª DP(todas são centrais de flagrantes). A 4ª, 18ª, 30ª e 33ª DPs também funcionam 24h para registro de ocorrências, todos os dias. Também funcionam 24h a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) e as duas delegacias da Criança e do Adolescente (DCA I e II). As demais funcionam das 9h às 19h nos dias úteis.

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