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Brasília

Saúde garante que zerou fila para mamografias, mas paciente relata dificuldades

Arquivo Geral

19/07/2017 6h30

Atualizada 20/07/2017 15h36

Foto: Kléber Lima

Raphaella Sconetto
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“Eu nunca consegui fazer a mamografia na rede pública”. O relato é da assistente administrativa Ana Paula Pereira, de 37 anos, que há três anos descobriu um nódulo nas mamas. Das vezes em que tentou marcar o exame, a única resposta que obteve é que não consegue vaga por conta da idade. “Eles dizem que o exame é só a partir dos 50 anos”, afirma.

A dificuldade de Ana Paula vai contra o que o secretário de Saúde, Humberto Fonseca, garantiu ontem: a fila para a realização das mamografias no DF está zerada. Além disso, segundo ele, no DF está sobrando vagas: a demanda é de 2 mil exames por mês, enquanto a secretaria oferta 5,4 mil mensais. Fonseca ainda almeja aumentar esses números: “[A secretaria] tem a capacidade de ampliar para 7 mil”.

Segundo a secretaria, dos 14 mamógrafos existentes no DF, 11 estão em funcionamento nos hospitais de Santa Maria, Paranoá, Sobradinho, Ceilândia, Samambaia, Gama, Materno Infantil de Brasília e no Centro de Radiologia de Taguatinga (CRT).

No entanto, a assistente administrativa Ana Paula alega que precisa arcar com cerca de R$ 150 para fazer o exame na rede particular. “Já tive que fazer por duas vezes, além da ecografia mamária”, conta. “Agora, descobri mais três nódulos. Mas vou ter que juntar o dinheiro e fazer outro exame no mês que vem”, completa.

De acordo com a Saúde, até o ano passado a fila era de 11 mil mulheres. Em março deste ano, por exemplo, a pasta oferecia até 2 mil exames por mês. A oferta aumentou após a rede pública assinar dois contratos regulares de manutenção dos aparelhos – sem reparos desde 2010 – e também contratar mais 16 técnicos em radiologia.

“Nesse período, os aparelhos de cada unidade eram reparados de maneira pontual pelo orçamento do Programa de Descentralização Progressiva das Ações de Saúde”, contou o gerente de Apoio e Diagnóstico da rede, André Albernaz.

Com as filas zeradas, o secretário de Saúde destacou ainda que é necessário que mulheres, a partir de 50 anos e abaixo de 70, que não tenham feito a mamografia nos últimos dois anos, recorram à unidade de Atenção Primária mais próxima. “O DF tem 213 mil mulheres de 50 a 69 anos, sendo que 75% é dependente do SUS. Para esse grupo, o prazo é de 10 dias entre a marcação e a confirmação”, conclui.

Saiba mais

Em março deste ano, o JBr. mostrou que a cobertura mamográfica no DF vinha em queda desde 2014, de acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM). Em 2015, apenas 1,5% das mulheres fez o procedimento na rede pública de saúde.

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