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Brasília

Projeto social é alvo de ladrões em Sobradinho

Arquivo Geral

01/06/2017 7h00

Atualizada 31/05/2017 22h32

Heitor Hardy trabalha com 120 menores: “Sei que nada aqui é com luxo. Mas todas as atividades que eu ofereço são realizadas com muito amor”. Foto: Breno Esaki

Joyce Coelho
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Um projeto social que, entre outros objetivos, previne a entrada de jovens no mundo do crime, foi alvo de ladrões em Sobradinho. Assaltantes invadiram a Associação Hardy de Karatê, na madrugada da última segunda-feira, e levaram diversos pertences – até troféus. Entre as perdas estão televisores, notebook, instrumentos musicais e R$ 200 em espécie, além de uma coleção de chaveiros que tinha valor sentimental.

A iniciativa funciona no subsolo de uma loja, espaço cedido há dois anos para que o fundador da ação, Heitor Hardy, pudesse dar continuidade ao projeto. Ali, 120 crianças e adolescentes são atendidas gratuitamente.

Com objetivo de formar cidadãos, Hardy, 46 anos, se preocupa com o ocorrido. “Em seis anos de projeto, essa é a primeira vez que acontece algo parecido. Não vou dizer que fiquei com raiva ou rancor. Na verdade, estou bastante triste, pois tudo que foi levado era doação. Doações que eram bem aproveitadas na hora de restabelecer a vida de muitos jovens que vivem largados nas ruas”, conta.

Além das aulas de caratê, jiu-jitsu e capoeira que são oferecidas aos mais de 120 participantes, o local também dispõe de aulas de violão e um minicentro de convivência foi improvisado. “Criei esse espaço com o intuito de manter os jovens por mais tempo aqui. Temos biblioteca com muitos livros, sofás e algumas cadeiras. Tudo isso para afastá-los daquilo que não acrescenta em nada lá fora”, comenta.

“Sei que nada aqui é com luxo. Mas todas as atividades que eu ofereço são realizadas com muito amor”, completa.

Retomada

Após todo o susto, o treinador torce para que a instituição não seja alvo de ladrões novamente. “Não tenho ajuda financeira. Tudo que tenho dentro desse espaço é doação. Vou dar um jeito de retomar as atividades, tentar conseguir novos instrumentos. Afinal, não posso deixar meus alunos. Eu dou aula por amor”, destaca.

É comum que objetos furtados sejam vendidos na internet ou presencialmente. Por isso, caso alguém flagre essa situação, a orientação é procurar a 13ª DP (Sobradinho), que investiga o caso.

Competição na Bolívia

Faltando menos de um mês para o campeonato sul-americano, o carateca Lucas Hardy, 14 anos, filho de Heitor, precisa de ajuda. O jovem vai competir na Bolívia e estava juntando dinheiro para arcar com parte dos gastos da viagem. Porém, o dinheiro foi levado durante o furto à associação.

“A minha passagem eu já consegui por meio de doações. Essa arrecadação era para arcar com as despesas que terei no local da viagem. Não vou dizer que R$ 200 eram o suficiente, mas estávamos vendendo salada de frutas para juntar. Foi um dinheiro suado, que foi levado assim, de repente”, lamenta o rapaz.

Segundo o adolescente, a vida de atleta não é fácil, mas ele não vai desistir. “Tenho esperança de que irei conseguir dinheiro para competir e trazer o título para minha academia”, assegura.

De acordo com o pai e treinador Heitor, o jovem irá competir. “Sou muito criticado por ter dívidas, mas o que importa é que sou feliz. Eu jamais vou abrir mão do sonho de qualquer aluno meu. Sei que vamos conseguir o dinheiro. Tenho fé de que vamos arrecadar o valor suficiente para o Lucas competir. Eu vou continuar correndo atrás para que ele vá viajar”.

Como ajudar

Quem quiser contribuir com a viagem de Lucas Hardy pode entrar em contato com Heitor Hardy por meio do telefone (61) 9 8560-9776. Também é possível contribuir com qualquer quantia por meio de depósito bancário:

Banco: Caixa Econômica Federal
Agência: 1041
Operação: 001
Conta-corrente: 00021698-9
Em nome de: Felipe Hardy Souza F. de Miranda

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