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Brasília

Projeto de alunos da UnB aproxima robôs do público infanto-juvenil em escolas e hospitais

Arquivo Geral

13/02/2019 7h00

Atualizada 12/02/2019 22h27

Divulgação

Da Redação, com UnB Agência
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Dois robozinhos fofos que arrancam sorrisos de crianças, jovens e adultos. Jogar bola, cantar, dançar e praticar Tai Chi Chuan são só algumas das habilidades dessas criaturinhas. Mas fazê-los esbanjar tanta simpatia por aí não é tarefa fácil. Se para muitos os robôs representam diversão, para a equipe UnBeatables, “dar vida” a esses humanoides é sinônimo de compromisso acadêmico, responsabilidade social e qualificação para o mercado de trabalho.

O grupo existe há mais de quatro anos e reúne alunos das Engenharias da Universidade de Brasília (UnB), sobretudo, da Mecatrônica. Inicialmente pensado para disputar competições nacionais e internacionais de robótica, ampliou seu campo de atuação e transformou-se em projeto de extensão. Além de colecionar vários títulos em torneios, desenvolve atividades, como visitas periódicas a escolas e hospitais com o intuito de aproximar o público infanto-juvenil do universo tecnológico.

“No âmbito acadêmico, temos a oportunidade de aplicar os conhecimentos aprendidos no curso e até aprofundar aspectos que a teoria não consegue abranger. Para a comunidade, queremos mostrar que a tecnologia é algo acessível”, expõe a atual capitã do time, Débora Ferreira, estudante de Engenharia Mecatrônica.

“Trabalhar com esses robôs tem sido a melhor maneira de testar o que aprendi em sala de aula. Além da parte de programação, engloba a simulação de um sistema complexo, vários paradigmas da informática, tipos de processamento. Lido com situações que encontrarei, por exemplo, na indústria. A robótica é a oportunidade de colocar a mão da massa e ver resultados”, relata Gildo Rodrigues, aluno de Engenharia Mecatrônica.

Os integrantes da UnBeatables são unânimes ao afirmar que a rotina do grupo ultrapassa a aplicação dos conteúdos aprendidos na graduação. Conduzir o processo seletivo para a entrada de novos membros, treinar os novatos, preparar os robôs para as competições, planejar e executar as atividades de extensão requer habilidades múltiplas.
A capitã Débora Ferreira conta que, em dois anos de projeto, desenvolveu competências que nunca imaginou possuir, como as relacionadas à gestão de pessoas e de processos. “As questões burocráticas e a parte de divulgação e marketing do projeto são as que considero mais difíceis. Mas também temos que desenvolver o código dos robôs para os campeonatos, manter contato com as escolas e hospitais e até administrar situações humanas, afinal, é preciso fazer com que os integrantes da equipe se conheçam e se gostem”, brinca.

Formação

Para a professora Mariana Bernardes, da Faculdade UnB Gama (FGA), a experiência dos alunos com a equipe evidencia aspectos da formação integral e holística ofertada pela Universidade de Brasília. Participar da UnBeatables, segundo a docente, estimula a busca por inovações para problemas que ainda estão em aberto, desenvolvendo o espírito crítico e questionador dos estudantes.

“Os desafios vivenciados pelo grupo exigem resposta imediata e seus integrantes precisam verificar, entre as várias opções de abordagem teórica, quais as mais adequadas para aquela situação específica. São futuros engenheiros que, quando estiverem no mercado de trabalho, estarão preparados para lidar com problemas novos, buscando novas soluções ou adaptando as que já existem”, ressalta a coordenadora do projeto de extensão.

Outro aspecto positivo da experiência é a necessidade de trabalhar em equipe. “E também revela a capacidade de liderança de alguns”, pontua Bernardes.

Aprendizado de uma forma lúdica

Se estar nas competições é algo importante para a vida e para o currículo dos estudantes, são as visitas a escolas e hospitais que os transformam enquanto pessoas e futuros profissionais. Nestes locais, UnBeatables leva tecnologia ao público leigo, de forma lúdica e divertida.

“Trabalhamos dos pequeninhos aos maiores, com o desafio de tentar adaptar a linguagem para as diferentes faixas etárias. Ao mesmo tempo que não pode ser difícil, também não pode ser algo entediante”, conta Débora Ferreira.

“Falamos sobre a parte física do robô, mostramos que ele tem uma câmera, sensores. Explicamos que a cabeça dele é um computador e que o robozinho vai funcionar como um computador funciona, basta ensiná-lo a pensar”, revela a capitã do time.

Música

As apresentações dos robozinhos são sucesso inquestionável com todos os públicos. Surpresa, fascínio, alegria, vibração e energia são algumas das sensações provocadas por cada gesto programado. Para arrancar tanta alegria, os humanoides dançam todos os ritmos. Já coreografaram músicas de filmes famosos, como Let it go, diversos funks e até Macarena, hit espanhol que fez sucesso no Brasil na década de 1990.

“Uma das primeiras perguntas que fazemos às crianças ou jovens é se alguém já viu um robô. Normalmente, ninguém responde que sim. Como é algo que eles não estão acostumados, ficam completamente encantados. Vemos brilho em cada rosto e conseguimos passar a mensagem de que é possível trabalhar com tecnologia”, aponta Eric do Vale, estudante de Mecatrônica.

Além do roteiro já pensado, os estudantes de Engenharia procuram levar computadores e perguntar às crianças o que gostariam que o robô fizesse. A partir disso, programam as ações desejadas pelo público.

“Didaticamente, mostramos que o robô funciona como se fosse um quebra-cabeça, uma construção de blocos. Ele tem um software próprio para mexer cada parte do corpo: braços, pernas, cabeça. Arrumando cada bloquinho, podemos fazer movimentos e coreografias”, aponta Eric do Vale.

Saiba Mais

A UnBeatables nasceu para disputar torneios de robótica e, com isso, aplicar, simular e aprimorar conhecimentos da área. Mais precisamente, os alunos e seus simpáticos robôs participam de campeonatos de futebol no Brasil e no mundo, trocando experiências e colecionando vários títulos. Entre estes, o tricampeonato na Robocup – principal disputa internacional da área – e o tetracampeonato na Competição Latino Americano e Brasileira de Robótica (CBR-LARC).

Nos torneios, os alunos precisam preparar os robôs para disputar um jogo de futebol. Antes da partida, os humanoides são programados para andar, enxergar a bola, chutar, fazer gols. Depois que entram em campo, os robôs são autônomos e não há interação com o grupo, seja por tela de operação ou por controle. Assim, o robozinhos já programados precisam “por conta própria” se entender, comunicarem-se entre si e desenvolver a estratégia do jogo.

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