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Brasília

Pro-Cidades: Ceilândia terá R$ 65 milhões

Arquivo Geral

06/11/2017 7h00

Foto: Divulgação

Francisco Dutra
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Levando servidores públicos a campo, o governo Rollemberg (PSB) investirá R$ 65 milhões nas áreas de desenvolvimento econômico (ADEs) de Ceilândia, este mês. Além de obras de infraestrutura e capacitação dos empreendedores, a iniciativa, conhecida como Pró-Cidades, promete estreitar laços das secretarias envolvidas com a ponta. Desta forma, o processo de decisão do Estado não será tomado nos gabinetes, mas nas ruas.

Em parceria com o Sebrae, o programa gerenciado pela Secretaria de Economia, Desenvolvimento, Inovação, Ciência e Tecnologia levou para as ADEs de Ceilândia, na última sexta-feira, 73 servidores da pasta e de outros órgãos governamentais e do Conselho de Gestão do Programa de Apoio ao Empreendimento Produtivo do Distrito Federal. Acompanhados por 18 consultores dos Sebrae, eles visitaram empresários locais, cuja produção precisa superar a terra batida, buracos e a falta de equipamentos públicos.

“As pessoas que decidem a vida dos empreendimentos têm de conhecer onde estão instalados”, disse o secretário de Economia, Vadir Oliveira. A visita contou com servidores da área jurídica, pagamentos, contratações e concessões de benefícios. “Esses servidores com poder de decisão têm de sentir a necessidade que o empreendedor tem. Quem quer fomentar o empreendedorismo não pode estar em gabinete. Ele tem que estar aonde o empreendedor está”, disse.

A pasta planeja repetir o projeto em outras ADEs. Segundo Oliveira, serão chamado todos os órgãos envolvidos com o licenciamento de empresas. A aproximação dos detentores das canetas com os personagens da ponta é um exemplo para todos as áreas do GDF.

Andando no barro, entrando nas fábricas com problemas de estrutura, a maioria dos servidores ficou sensibilizada. Alguns destacaram a importância da experiência em campo para definir o foco dos programas de governo. Outros lembraram da importância da humanização da gestão. O cerne do debate não é fazer vista grossa, mas a busca de soluções rápidas, eficientes e legais conforme cada caso.

Nas visitas, os empreendedores também desabafaram. Alguns criticaram a falta de pavimentação na região. Em alguns casos, a estrada de terra atinge a qualidade do produto, como foi o exemplo de uma indústria de travesseiros, pois em dias de sol forte, a poeira a linha de produção.

Saiba mais

  • Além de Ceilândia, o Pró-Cidades vai abraçar as ADEs do Poló JK e do Gama. A promessa do governo é entregar à população e ao mercado as três regiões em condições competitivas ao final de 2018.
  • O GDF fechou um contrato de R$ 2,4 milhões com o Sebrae para a capacitação dos empreendedores. O pacote inclui 3 mil diagnósticos empresariais para empreendedores das ADEs, aproximadamente 60 cursos, 60 oficinas e 60 palestras.

Pró-DF será reformulado

A gestão próxima da ponta, humanizada é um dos pilares da reformulação do Pró-DF. Segundo o secretário de Economia, até o final de 2018, o governo apresentará uma versão atualizada do Pró-DF. No entendimento do GDF, o modelo atual está em descompasso com a realidade do setor produtivo. “Vamos investir em um novo modelo de desenvolvimento. Ao final de 2018, a gente espera deixar nosso legado, que é um modelo que pode e que vai substituir o modelo do Pró-DF”, prometeu Valdir Oliveira.

A reformulação do Pró-DF está sendo produzida a partir de uma linha de empréstimo do DF com a União. Segundo a subsecretaria de Apoio às Áreas de Desenvolvimento Econômico, Auxiliadora França, são, aproximadamente, US$ 64 milhões. Com o dólar a R$ 3,20, a soma chega a R$ 228 milhões. O processo de atualização passará por etapas. A primeira é a melhoria da estrutura da secretaria. A segunda é a infraestrutura das ADEs. No caso de Ceilândia, o projeto inclui pavimentação, drenagem de águas pluviais, urbanização e paisagismo.

O projeto prevê um raio-x de todas as ADEs, pois o último diagnóstico do GDF é de 2012. O quarto passo é a capacitação da cadeia produtiva. Para melhorar a mão-de-obra será empregada uma parceria com o Senaicom investimendo de, aproximadamente, R$ 2 milhões. “E também um programa tecnológico. Porque toda empresa para evoluir precisa inserir um pouco de tecnologia. E tecnologia não é necessariamente aquela coisa complexa”, conta a subsecretaria.

Ponto de vista

O diretor superintendente do Sebrae DF, Rodrigo Sá, considera projetos como o Pró-Cidades são grandes exemplos de parcerias entre governo, Sebrae e setor produtivo na construção de soluções para micro e pequenas empresas. “Então nós vamos fazer um diagnóstico e o levantamento das reais necessidades dessas empresas e o Sebrae vai entrar capacitação para que essas empresas voltem a crescer, se inserir no mercado e com certeza trazer o desenvolvimento econômico da nossa cidade”, comentou.

Sá considera que o acesso às políticas públicas, em especial aos financiamentos, é um dos principais gargalos para empreendedores. Na avaliação do superintendente, Ceilândia apresenta um grande número de micro e pequenas empresas com vocação para o comércio varejista. Mas, para serem competitivas, elas precisam readequar os produtos para melhor inserção no mercado.

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