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Brasília

Primeiros afetados, moradores de Ceilândia criticam medida adotada pela Caesb

Arquivo Geral

24/11/2016 7h00

Para o professor Max, houve preconceito na decisão do governo. Foto: Myke Sena

Raphaella Sconetto
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A decisão de reduzir a pressão da água não agradou aos moradores de Ceilândia, os primeiros afetados pela medida adotada pela Caesb. A principal alegação deles é de que a população das áreas nobres consome mais do que as famílias de baixa renda. No entanto, a Caesb argumenta que foram utilizados critérios técnicos para a escolha.

De acordo com dados da companhia, com base no ano passado, a região que mais consome água no DF é o Lago Sul: 417 litros diários por pessoa. Em comparação com a área que menos consome – a Fercal, com 62 litros -, o consumo chega a ser seis vezes maior.

Apesar disso, a Caesb justifica que a mudança “começou por Ceilândia por ser a maior região e que, consequentemente, vai gerar um maior impacto na economia”. A decisão afeta a área abastecida pela Barragem do Descoberto.

“Estamos indignados com esses argumentos. Se pegar a região central – lagos Sul e Norte, asas Sul e Norte, Sudoeste e Octogonal -, a população é quase igual e eles consomem bem mais”, critica o pedagogo e morador do P Sul Max Maciel, de 33 anos.

Para ele, essa atitude pode ser considerada um preconceito. “Imagina que em Ceilândia Norte e Sul, que são as áreas mais antigas, as pessoas já possuem caixa d’água. Mas quem mora no Sol Nascente, Expansão ou Pôr do Sol não a tem”, aponta. “O que vejo, no geral, é que quem tem dinheiro tem direito a água”, completa.

Apesar das críticas, ele ainda não havia sentido diferença nas torneiras ontem. “Talvez no fim de semana, quando o fluxo de pessoas é intenso, apresente mais consequências”, prevê.

O autônomo João Victor da Silva, 29 anos, também questiona a escolha. “Não concordo. Aqui se gasta menos água do que no Plano. Por que não começou por lá?”, indaga.

O medo de ficar sem água devido à redução da pressão preocupa. A mãe de João Victor, Elizabeth Ronanes da Silva, 56 anos, conta que tem feito um uso mais consciente. “Por enquanto não sentimos a falta de água. A sorte é que contamos com caixa”, explica. “Mas como vai ser quando a gente ficar sem? Eu já faço a minha parte”, complementa.

Hoje é a vez de Vicente Pires sofrer a redução da pressão. Em 2 de dezembro será Samambaia. Riacho Fundo II, Recanto das Emas, Gama e Santa Maria começam no dia 7. Já no dia 12 serão Águas Claras, Arniqueiras, Taguatinga e Riacho Fundo I. Por fim, em 14 de dezembro, Park Way, Candangolândia e Núcleo Bandeirante.

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