Jessica Antunes
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A primeira manhã de greve dos funcionários da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) não causou grandes transtornos aos passageiros do transporte. Apesar da promessa de 100% de paralisação, 17 dos 24 trens circularam e todas as estações foram abertas, sendo duas exclusivas para desembarque. A empresa estima redução de 30% no número de transeuntes, mas, com tempo de espera dobrado, os vagões tiveram lotação padrão. Mais dificuldade teve quem tirou o carro da garagem.
Por reajuste salarial, o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários do Distrito Federal (SindMetrô-DF) decidiu por greve geral para 100% da categoria. Na quarta-feira (8), a Justiça do Trabalho determinou funcionamento com 90% de sua capacidade nos horários de pico (6h às 10h e de 16h30 às 20h30). Nos demais horários, 60% da frota e dos empregados em atividade. Em razão das provas do Enem, no domingo (12), o Metrô deve funcionar com 100% de sua frota e empregados das 8h30 às 19h.
Por volta das 8h desta quinta-feira (9), todas as estações já estavam abertas ao público. Duas, a Guariroba e a Asa Sul, ficaram restritas ao desembarque. Nos terminais, os painéis das plataformas mostraram que o intervalo entre trens era de 10 minutos, mais que o dobro do normal. A reportagem registrou atrasos em cima dessa previsão, com espera de até meia hora.
Uma servidora pública procurou a ouvidoria do Metrô para confirmar funcionamento. Por mensagem, a informação era que se mantivesse 80% da frota, conforme decisão judicial. De acordo com ela, que pediu para não ser identificada, a situação na estação Centro Metropolitano não é diferente dos outros dias.
Já na sexta estação de Ceilândia, a entrada nos vagões é dificultada diante da lotação. “Normal”, garantem passageiros. Alguns foram pegos de surpresa com a notícia de greve, apesar de estranharem a demora do transporte.
Engarrafamentos e acidentes
Para garantir a circulação, a Secretaria de Mobilidade colocou em prática um plano emergencial com frota extra de ônibus para as cidades onde há circulação dos trens. São 69 coletivos a mais: 9 em Águas Claras, 29 em Ceilândia, 2 no Guará, 4 em Taguatinga e 23 em Samambaia. Do total, 51 são articulados e 16 básicos.
Muitos brasilienses decidiram tirar os carros das garagens nesta quinta-feira (9). A combinação de aumento de fluxo com a chuva que atingiu toda a capital resultou em vários pontos de congestionamento e acidentes. Nas principais vias e rodovias do DF, o trânsito permanece lento após o horário de pico.
O acidente mais grave foi registrado na Estrutural, onde um homem morreu após colisão entre duas motos. Marcos Moura da Silva, de 40 anos, faleceu no local. Ali, o trânsito ficou muito impactado, com apenas uma faixa de rolamento liberada. Também foram registrados acidentes na Asa Sul e na DF-480.
Apesar da greve e do aumento de fluxo de veículos, as faixas exclusivas da EPTG, da EPNB, do Setor Policial Sul e das W3 Norte e Sul não foram liberadas para outros veículos. A faixa reversa da descida do Colorado não foi aberta em virtude da chuva.