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Brasília

Policiais civis param por 48 horas a partir de amanhã, dia de Olimpíada

Arquivo Geral

03/08/2016 20h29

Angelo Miguel

Renata Werneck
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Os agentes da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) decidiram iniciar uma paralisação de 48 horas a partir das 8h desta quinta-feira (04), primeiro dia de Olimpíada na capital. Para pressionar o governo, a categoria fará um protesto nas proximidades do Estádio Mané Garrincha durante o jogo de estreia da seleção, marcado para 16h.

Escrivães, peritos e agentes prometem não realizar nenhuma atividade nessas 48 horas. Até os atendimentos à população serão interrompidos. Os delegados atenderão apenas os crimes em flagrante. O movimento reivindica isonomia salarial com a Polícia Federal e melhoria nas condições de trabalho. Delegados também anunciaram paralisação.

Durante assembleia na tarde desta quarta-feira (03), os policiais civis disseram que não vão aceitar as propostas do Governo do Distrito Federal (GDF). Eles argumentam que a tramitação do reajuste da PF já está no Congresso Nacional e começaria a valer em janeiro, mas o aumento para a Polícia Civil não foi aprovado.

A oposição ao governo na Câmara Legislativa também endureceu o discurso, representada pelos deputados Cláudio Abrantes, Wellington Luís, Laerte Bessa e Celina Leão. “Neste ato, simbolizamos o apoio do Legislativo à PCDF. Não vamos votar até que seja uma proposta justa”, disse a presidente da CLDF.

Proposta

Em uma primeira proposta, o GDF ofereceu aumento de 7% em outubro de 2017; 10% em outubro de 2018; e 10% no mesmo mês de 2019. No mesmo dia, em nova negociação, mais duas propostas foram feitas. Uma ofertava 23% em agosto de 2017; 4,75% em janeiro do ano seguinte; e 4,5% em janeiro 2019. A outra previa 10% em janeiro de 2017; 13% em agosto de 2017; 4,75% em janeiro de 2018; e 4,5% em janeiro do terceiro ano.

Na última terça-feira (02), os policiais civis haviam paralisado suas atividades por 24 horas para avaliar as propostas. Mas, na assembleia desta quarta-feira (03), a rejeição foi unânime. O diálogo do GDF com a categoria vem se arrastando por um ano. Representantes do movimento lembram que as negociações com o governador Rodrigo Rollemberg decidirão o futuro da categoria até 2019.

Os policiais civis aposentados estavam presentes em grande número. Eles afirmam que é de extrema importância lutar pelos direitos da categoria. “É a única profissão que o servidor sai de casa e não sabe se volta. Se não participarmos, vamos cair no esquecimento”, afirma José Gonçalves, agente aposentado da PCDF. Segundo ele, a categoria achou a proposta feita por Rollemberg um “desacato à inteligência dos policiais”.

Manifestação

Por volta das 18h30, de quarta-feira (3), os policiais realizaram uma manifestação em frente ao Palácio do Buriti. A passeata fez com que todas as faixas da Via N1, do Eixo Monumental fossem fechadas.  O protesto durou cerca de 30 minutos e trânsito foi bloqueado desde a Torre de TV até o Buriti.

Direção da Polícia solta nota

Em nota, a Direção-Geral da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) disse que respeita “a decisão tomada pelos servidores da Instituição de paralisar suas atividades por 48 horas” e garante que “adotará as providências para garantir o funcionamento dos serviços essenciais ao tempo em que continuará mantendo diálogo na busca do atendimento ao pleito apresentado, qual seja, a manutenção da isonomia vencimental com o Departamento de Polícia Federal”.

A nota também reafirma a “confiança no compromisso que os Delegados de Polícia Civil do Distrito Federal e Policiais Civis do Distrito Federal tem com a população do Distrito Federal”.

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